Em reflexão sobre alternativas de emprego num contexto de mudança no perfil do mercado de trabalho, com perda de vagas formais, jovens sem alternativas depois de deixarem a universidade e muitas pessoas trabalhando em atividades sem nenhum direito, mas acreditando serem donos do próprio negócio, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que o Brasil tenha uma política de apoio ao empreendedorismo. Durante entrevista hoje (26) a youtubers e jornalistas da mídia independente, Lula também afirmou que o BNDES deveria ter uma linha de crédito especial para pequenos e médios empresários interessados em investir nos próprios negócios.
“Precisamos definir concretamente uma forte política em defesa do empreendedorismo. Empreendedor não pode ser o cara da motocicleta e do Uber, que não tem direito, que não tem salário, que não tem patrão. O empreendedor pode ser um cara que tenha no Estado uma política de credito que garanta a ele o seu empreendimento. O Estado tem que dar oportunidade, facilitar, dar crédito. Acho que o BNDES pode mudar de função. Não pode ser um banco para emprestar apenas para grandes empresas. O BNDES precisa ser um banco com carteira especial para pequenos e médios empresários”.
Lula afirmou que é tarefa de todos descobrir qual empregado o mercado quer para que os jovens sejam qualificados de forma adequada. Mais uma vez, ele mencionou a necessidade de reunir trabalhadores, empresários, sociedade e universidade em torno desse debate.
“Precisamos saber que tipo de atividade econômica a gente vai fomentar no país para gerar emprego para uma menina que terminou a universidade, sonhou em fazer direito, sonhou em fazer psicologia, sonhou em fazer medicina e ela precisa ter uma coisa dela para trabalhar d e não tem dinheiro. Precisamos pensar em como gerar um novo mercado de trabalho para essas pessoas e quem tem que saber é a sociedade”, disse afirmando que a escola e a universidade são a primeira chance oferecida à juventude que tem que ter uma segunda chance quando estiver com o emprego na mão. “Possivelmente (a segunda chance) seja o crescimento econômico do país e a criação de linhas de financiamento para que centenas ou milhares de pessoas façam o que queiram fazer”.
Lula afirmou que é papel do Estado dar garantias para que as pessoas vivam bem e tenham acesso aos bens que produzem. A mágica, repetiu, é incluir o povo pobre no orçamento e o rico no imposto de renda.
Assista na íntegra:
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