Em entrevista ao vivo hoje, 19, para a Rádio Conexão 98 de Palmas (TO), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que vai criar uma mesa de negociação entre governo, empresários e sindicatos, e até universidades, para construir uma nova relação de trabalho no país, mais moderna e mais humanitária. Lula criticou a reforma trabalhista que aumentou o desemprego no Brasil. Ele disse que não se trata de revogação, mas quer construir uma relação de trabalho que leve em conta os avanços tecnológicos e diretos os trabalhadores.
“Não é que a gente faça a revogação, porque ninguém quer de volta ao passado. O que a gente quer é reconstruir uma relação de trabalho moderna, que leve em conta o mundo do trabalho de hoje, que leve em conta os avanços tecnológicos, mas os trabalhadores precisam ser tratados com respeito, com direitos. Os trabalhadores não podem ficar reféns, sem nenhum tipo de seguridade social. Com isso eu vou criar uma mesa de negociação entre governo, empresários e sindicatos, se for necessário, as universidades, para que a gente construa uma nova relação de trabalho, mais civilizada, mais moderna, mais humanitária do que nós temos hoje”, afirmou Lula, destacando que tem o apoio de todas as centrais sindicais do país e que recebeu delas um documento com diversas propostas.
O ex-presidente relembrou sua trajetória como líder sindical no fim dos anos 1970, quando liderou as maiores greves no período da ditadura militar, para falar sobre a luta pela melhoria das condições dos trabalhadores do país. Para ele, a reforma aprovada pelo governo Temer e a onda de trabalho de aplicativos foram severos golpes contra o bem-estar e a seguridade social.
“Eu tive a felicidade de ser dirigente sindical entre os 70 e 80. E sempre briguei com os empresários para que a gente não tivesse uma reforma trabalhista ao ponto de a gente destruir tudo aquilo que a classe trabalhadora acumulou de conquistas desde 1943 com a introdução da CLT. Lamentavelmente, o que eles fizeram foi a destruição dos direitos conquistados, oferecendo ao trabalhador um nada. Oferecendo ao trabalhador um emprego intermitente, a ideia do empreendedorismo, como se você entregar comida numa moto ou numa bicicleta, se você trabalhar no Uber, fosse empreendedorismo. O trabalhador não tem nenhum direito, nenhuma seguridade social, não tem descanso semanal remunerado, não tem férias, não tem 13º, não tem Natal, não tem Ano Novo, ou seja, nós voltamos quase a um tratamento do tempo da escravidão”, criticou.
Emprego com dignidade
Lula lembrou que o PT gerou mais de 20 milhões de empregos com carteira assinada, quando estava na presidência da República, e destacou a dignidade que o emprego proporciona às famílias.
“Só o emprego dá dignidade à família brasileira. Não há nada mais sagrado do que você trabalhar e com o suor do seu sangue levar para casa o sustento da sua família. Quando fui presidente, geramos 22 milhões de empregos com carteira assinada e a Previdência era superavitária.”
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