O Instituto Lula recebeu na manhã desta terça-feira (28) o israelense, Yitzhak Frankenthal e o palestino, Sweety Nabeel, do Instituto Arik de Reconciliação, Tolerância e Paz, para falar sobre o projeto “No To The Conflict”, que estuda um método para contribuir no restabelecimento da paz entre Israel e Palestina. Os pacifistas se reuniram com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e em seguida, fizeram uma apresentação para convidados da sociedade civil interessados na paz israelo-palestina, organizado pela diretora do Instituto Lula, Clara Ant.
Segundo Frankenthal, é muito importante divulgar o projeto para o mundo e isso inclui o Brasil. “Lula colocou o Brasil como um país forte no mundo. E se mostrou como um homem que se preocupa com as pessoas e queremos a ajuda dele”. Lula disse que eles “escolheram o caminho difícil, mas sólido e mais bonito de conquistar. Se conseguirem convencer uma pessoa por dia já é um avanço extraordinário para a paz”.
Lula afirmou ainda que suas viagens para o Oriente Médio mostraram que “o povo de Israel e da Palestina querem viver paz”. E completou: “acho que vocês podem ter sucesso nesta jornada e o desafio é convencer as pessoas que depende somente delas o processo de paz”.
Ambos perderam parentes na guerra. Frankenthal perdeu seu filho, Arik, que foi sequestrado e morto pelo Hamas em 1994. E Nabeel perdeu a irmã Siham no mesmo ano, assassinada pelo exército israelense. Desde então, trabalham para o processo de paz. “Sou um homem que luta pela paz desde que perdi meu filho”, disse Frankenthal.
Questionado pelos participantes, Nabeel afirmou que enfrentam bastante resistência, mas que não pretendem desistir. “Eles perguntam como nós conseguiremos fazer o que nem os grandes líderes conseguiram. E digo: conseguiremos fazer com nosso desejo de paz”.
O projeto “No To The Conflict” adota uma metodologia criada conjuntamente por pesquisadores israelenses e palestinos para tentar mudar a mentalidade das pessoas a respeito do conflito entre os dois povos, usando peças publicitárias e espaços na mídia. Frankenthal afirmou que a maioria das pessoas em Israel e Palestina quer a paz, “mas quando chegam as eleições não elegem homens que querem a paz”, por estarem motivadas pela emoção e não pela razão. O estudo dará início a um projeto educacional primeiro para o público israelense, por meio de anúncios na mídia digital e tradicional, com a finalidade de expor ao público a sua situação de “viciados no conflito”. E depois será levado para a público palestino.