Lula diz que é hora de o povo levantar a cabeça e pensar no futuro

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A crise econômica e social é também um momento de provocação para quem sonha com um outro mundo possível, e é chegada a hora de levantar a cabeça e pensar no futuro. Foi esta a mensagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a milhares de sindicalistas que participaram da abertura da 16ª Plenária Nacional da Central Única dos Trabalhadores.

“O futuro é um sonho, é algo que a gente precisa buscar”, disse Lula, empolgado. “O tempo que eu tenho pela frente está à disposição para a gente reconstruir este país, reconstruir o movimento sindical, para a gente levantar a cabeça e a moral do povo trabalhador, mulheres e homens, brancos e negros, e dizer que nós haveremos, sim, de construir um mundo melhor e que esse mundo é possível.”

As conquistas do povo brasileiro alcançadas durante sua gestão são a prova de que é possível um mundo mais justo com quem trabalha e constrói o país. “Quando governamos este país, provamos que era possível todo mundo tomar café, almoçar e jantar. Que era possível filho de pobre entrar na universidade, na escola técnica, que era possível, mesmo com muita crise, ter condições de gerar 22 milhões de empregos com carteira profissional assinada”, disse.

O ex-presidente ainda lembrou da transposição do Rio São Francisco “para levar água a 12 milhões de pessoas no semiárido” e do Programa de Aquisição de Alimentos, que garantia que “o pequeno e médio agricultor tivesse condições de viver decentemente”.

Futuro passa por Estado forte

Em sua fala, o ex-presidente lembrou da importância das questões ambientais para a garantia de um futuro. “Temos que ser muito firmes e colocar na nossa pauta a questão ambiental. Precisamos tirar da biodiversidade uma fonte de riqueza para sustentar o povo trabalhador desse país, que os indígenas sobrevivam com dignidade e com respeito”, disse Lula.

Ele ainda comentou os desafios impostos pelas mudanças no mundo no trabalho que já vinham acontecendo e foram aceleradas pela pandemia de covid-19. “A revolução tecnológica não está sendo acompanhada de devolver os benefícios desses avanços ao povo”, comentou Lula, para em seguida falar dos trabalhadores de aplicativos. “Essa indústria dos aplicativos está consumindo a energia da nossa juventude, oferecendo emprego como se eles fossem microempreendedores, quando na verdade eles são trabalhadores prestando serviços e deveriam ter direito à previdência social, a segurança, ao mínimo de proteção social do Estado e que não tem.”

Para o presidente, o caminho para a reconstrução do Brasil e a garantia de um futuro melhor passa por um Estado forte. “O Estado é que tem de garantir que as pessoas tomem café, almocem e jantem”, afirmou Lula. “Ou o Estado garante isso através de estimular o crescimento econômica, gerando emprego, desenvolvimento, o bem estar social, fazendo obra de infraestrutura, investindo na construção civil, no saneamento básico, construindo ponte. Ou ele faz isso ou ele estimula as empresas a fazer.”