Lula diz que ele e Haddad levarão o metrô até Guarulhos

Em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (07/10), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a importância de parcerias entre os entes federativos para que obras aconteçam. Lula afirmou que, se ele e Fernando Haddad ganharem as eleições, vão atender uma reivindicação antiga e levar o metrô até Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo.

“Se não tiver parceria entre governos federal, estadual e municipal, a coisa não acontece. Por exemplo, Haddad eleito governador, vamos trazer o metrô até Guarulhos. É uma reivindicação antiga. Vamos colocar no programa de governo e só pode ser feito com parceria. O Estado, só, não pode tudo, tem limitações”, afirmou, acrescentando que, em parceria forte com o governo federal, São Paulo receberá de volta parte dos impostos que ajuda a arrecadar para o país.

Estimular crescimento

O ex-presidente Lula enfatizou a importância de o poder público estimular o crescimento da economia, por meio do Orçamento da União ou de financiamento dos bancos públicos. “Sabemos que é preciso fazer com que a economia passe por um processo de investimento, sobretudo com decisão do governo de colocar dinheiro público, ou dinheiro do orçamento ou dinheiro do financiamento dos bancos públicos, para que a gente possa retomar o começo do crescimento econômico”.

Lula afirmou que, eleito, anunciará um grande programa de investimento em infraestrutura, como retomar obras do PAC que estão paradas. Segundo ele, quando saiu do governo, 13,8 mil obras do PAC tinham sido entregues e cerca de 13 mil foram paralisadas. “Vamos recomeçar, aí a economia começa a crescer. A economia volta a crescer, vai gerar emprego, vai gerar renda. É tudo o que queremos: fazer esse país voltar a crescer para gerar emprego, gerar salário, gerar consumo e gerar crescimento econômico”.

Sociedade decide prioridades

O ex-presidente enfatizou mais uma vez a importância de a sociedade participar das decisões, informando quais projetos atendem mais suas necessidades. Ele disse que, em contraposição ao orçamento secreto, vai propor o orçamento participativo, com o povo dizendo se quer uma ponte, uma universidade ou um hospital, assim como o metrô até Guarulhos.

“Não vai ser apenas um engenheiro que vai decidir o que fazer. Vamos ouvir o povo, o que interessa fazer em Pernambuco, na Paraíba, em São Paulo, no Rio de Janeiro e, assim, nós vamos fazer muito mais”, disse, lembrando que o programa do PT, disponível na internet, foi definido, de forma inédita, com diferentes setores da sociedade fazendo contribuição. Segundo ele, foram mais de 20 mil sugestões. “Não é um programa do PT. É um programa que a sociedade está ajudando a construir”, disse.

Corte na educação

Lula criticou novos cortes que o governo Jair Bolsonaro fez na educação e as medidas eleitoreiras do atual presidente, tentando fazer na reta final do mandado aquilo que deveria ter sido feito no decorrer da gestão. “Acho irresponsabilidade do presidente da República. De um lado corta e de outro fala que vai recolocar. Acaba de cortar da educação e fala que não é corte, é contingenciamento. É corte, mesmo. Ele tira dinheiro da merenda escolar, ele não aumenta o salário mínimo e agora ele fica prometendo fazer coisas, utilizando a eleição para fazer tudo que deveria ter feito antes”.

O ex-presidente ressaltou que os preços da gasolina, do gás de cozinha e do óleo diesel não precisavam ter chegado onde chegaram, mas foram às alturas porque o Brasil não tinha governo e o presidente não tinha responsabilidade. “Agora, como ele sabe que, no meu tempo de presidente, o barril de petróleo chegou a 147 dólares e a gasolina era R$ 2,60, como ele sabe que durante todo o meu período de governo, a gente não aumentou o gás de cozinha, ele agora está tentando para tirar proveito eleitoral, um passa moleque no povo brasileiro. O povo já percebeu. O povo já percebeu e eu tenho dito, se ele oferecer dinheiro, pegue”.