Lula diz que recuperação do Brasil será trabalhosa, mas renderá bons frutos

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Em seu discurso, que encerrou o ato do Movimento Vamos Juntos Pelo Brasil em Garanhuns (PE), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que recuperar o Brasil será um processo trabalhoso, por conta da destruição causada pelo atual governo. Para ele, a tarefa que vem pela frente será semelhante à de plantar e cuidar de um pé de jabuticaba: requer muita dedicação, mas renderá excelentes frutos.

“A gente vai mudar esse país, mas não pensem que a gente vai fazer a coisa em meia hora, no primeiro dia. Governar é que nem plantar um pé de jabuticaba: você planta, tem que ter bastante sol, tem que colocar muita água. Esse país vai ser o nosso pé de jabuticaba. E eu vou cuidar desse pé de jabuticaba. Não vai faltar água, não vai faltar sol, e a gente vai perceber que esse país vai voltar a crescer”, afirmou.

Segundo Lula, para promover esse crescimento será necessário retomar importantes políticas públicas que foram destruídas a partir do golpe contra a ex-presidenta Dilma Rousseff, em 2016.

“O BNDES vai voltar a financiar emprego e desenvolvimento, o Banco do Brasil, também. A Caixa Econômica Federal vai voltar a financiar habitação e saneamento básico. A gente vai recuperar o BNB e o Basa. A gente vai fazer com que os preços da Petrobras voltem a ser abrasileirados. Não vamos pagar gasolina em dólar”, declarou o ex-presidente.

Na visita à sua terra natal, de onde partiu há quase 70 anos rumo a São Paulo para fugir da fome e da seca, Lula visitou uma réplica da casa onde nasceu, no agora município de Caetés. E, durante o discurso, ele lembrou uma das lições que sua mãe lhe deixou.

“Dona Lindu me ensinou: ‘meu filho, não baixe a cabeça, porque os ricos colocam uma cangalha, fique sempre de cabeça erguida, não de nariz empinado, para você ser respeitado. Esse é um compromisso que quero ter com vocês: esse povo vai voltar a comer 3 vezes por dia, o nosso povo pobre vai ter universidade, esse país não vai ter mais garimpo invadindo terra dos indígenas, não vai ver mais o desmatamento que eles estão fazendo e a quantidade de agrotóxicos que estão sendo colocados na lavoura. Esse país pode ser civilizado”, ressaltou.

Carinho com o Nordeste

O ex-presidente destacou também o amor que tem pelo Nordeste e sua dedicação para melhorar a vida do povo nordestino ao longo de seus mandatos na Presidência, entre 2003 e 2010. Para ele, para governar o Brasil é necessário sempre colocar a vida dos mais pobres em primeiro lugar.

“A gente tem que saber que só tem sentido ganhar as eleições se a gente não esquecer que o povo pobre não nasceu para ser pobre a vida inteira. A seca do Nordeste, ela é um fenômeno da natureza, mas ninguém precisava passar fome por causa da seca. É por falta de vergonha das pessoas que governaram esse país durante tantos anos. Está aí a água do Rio São Francisco, levada para 22 milhões de brasileiros”, recordou.

Lula também falou do legado que deixou em seu estado. “Por que é que nós conseguimos fazer uma pequena revolução em Pernambuco? Por que eu tenho orgulho de ter sido o presidente que mais trouxe universidade para o Nordeste? Mais escolas técnicas para o Nordeste? Porque eu estava cansado de ler jornal e o Nordeste só aparecia como o lugar que tinha mais analfabeto, o lugar que tinha mais evasão escolar, que tinha menos doutor, menos mestre, menos pesquisa, o lugar que tinha mais mortalidade infantil”, disse.

Outras declarações:

Assista na íntegra: