O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu na manhã desta terça-feira (18/10) com comunicadores e representantes de partidos aliados da Coligação Brasil da Esperança e defendeu o enfrentamento da fábrica de mentiras montada nestas eleições pelo adversário Jair Bolsonaro.
Ele afirmou que disputa uma campanha com um cidadão anormal, que faz da mentira sua forma de fazer política e destacou a importância de as forças democráticas se organizarem para enfrentar o negacionismo, a barbárie e o fascismo que tentam implementar no Brasil e em outros países do mundo.
“Eu não acredito que um governo que ganha uma eleição mentindo governe seriamente esse país. E nós não podemos entrar no ninho que eles estão metidos, de mentir, mentir, mentir, mentir. Não! Nós temos que dizer a verdade, a verdade, a verdade, a verdade, a verdade. Para a gente poder politizar a sociedade brasileira e ela conseguir entender a diferença entre nós e eles, afirmou.
Lula enfatizou a necessidade de dedicação integral de todos nesses últimos dias para ajudar a desmontar a fábrica de mentiras, usando o grande ativo que a campanha dele tem: boas propostas para a reconstrução do Brasil e um legado de realizações e avanços econômicos e sociais, dos seus mandatos como presidente. Segundo o ex-presidente, o adversário gasta muito dinheiro para contar muita mentira. “Tenho certeza de que, como sempre a verdade vencerá”.
O encontro reuniu mais de 20 mil comunicadores e teve participação de integrantes da coordenação da campanha, como o prefeito Edinho Silva, o deputado Rui Falcão, a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffman, o senador Randolfe Rodrigues, e políticos de partidos que integram e apoiam a coligação, como Manuela D´ávila, Guilherme Boulos, André Janones, Carlos Lupi e Simone Tebet.
Pedidos de providências ao TSE
Representantes da Coligação Brasil da Esperança procuraram o Tribunal Superior Eleitoral na segunda-feira para denunciar a existência um grupo organizado, que reúne cerca de 40 pessoas, e faz produção e distribuição de fake news de forma organizada contra Lula e aliados e em favor de Jair Bolsonaro.
No TSE, o grupo, do qual fez parte a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, os coordenadores Rui Falcão e Randolfe Rodrigues, além de advogados, recebeu sinalização positiva de que, provocado pela campanha, o tribunal vai agir. Além da fábrica de mentiras, os representantes também reclamaram do uso das estruturas da Presidência da República por Jair Bolsonaro para agendas de campanha.
A avaliação geral do encontro é que a disputa de 2022 é a maior importante do período democrático brasileiro pelo fato de um dos lados representar ameaça à democracia e à liberdade.
“Essa não é uma campanha normal. O adversário não discute o Brasil, mente o tempo inteiro, ataca o tempo inteiro. Não é brincadeira o que reservam para o Brasil, se ganharem a eleição”, disse a presidenta nacional do PT.
Ir às redes e às ruas sem medo
Manuela D´ávila destacou a importância de a conquistar votos dos que estão desanimados com as eleições e não foram às urnas ou não votaram 13 no primeiro turno. “É hora de conversar, esclarecer sobre propostas e a construção do futuro para o povo brasileiro”, disse, destacando também a necessidade de as pessoas não terem medo de se manifestar e ir para a rua.
Randolfe Rodrigues lembrou que o que está em jogo são valores civilizatórios. Ele também falou da importância de ocupação das ruas e das redes e disse a luta vale pelos que foram tirados de nós, mas sobretudo pelo que virá que é o direito de viver sob a égide de um governo democrático.
Boulos disse que vivemos um momento de encruzilhada, com as eleições mais importantes desde o fim do regime militar, em que há um embate entre a democracia e a barbárie.
André Janones defendeu ações coordenadas e centralizadas, enquanto Simone Tebet se colocou à disposição para seguir na busca pelos votos que faltam para eleger Lula. Ela disse que Lula representa a democracia, enquanto Bolsonaro significa retrocesso histórico.