Em reunião na sede do Instituto Lula nesta sexta-feira (26), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu o primeiro escalão da Educação na administração pública, nos sindicatos de professores e nas entidades estudantis para debater a aplicação e o desenvolvimento do Plano Nacional de Educação (PNE): Lula frisou que os avanços conquistados nos últimos 12 anos precisam de esforço continuado para que se consolidem e permitam que o país dê um novo salto de qualidade na formação dos brasileiros.
Participaram do encontro o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, o secretário municipal da educação de São Paulo, Gabriel Chalita e o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, ministro da Educação nos dois mandatos de Lula, além de secretários da educação estaduais e representantes do movimento sindical e estudantil.
Sancionado pela presidenta Dilma Rousseff em 2014 com metas para o avanço da educação no país até 2024, o PNE foi elogiado por Lula como grande agente político de transformação do Brasil. “O PNE é nossa chance de começar uma pequena revolução neste país”, afirmou.
E para que ele seja aplicado, considerou o ex-presidente, é necessário o envolvimento de toda a sociedade: “a ideia básica é fazer com que as metas do PNE estejam na parede da fábrica, nos ônibus, para as pessoas saberem que têm de cobrar do prefeito, do diretor da escola”. “Temos que sair daqui sabendo o que vamos fazer amanhã”, disse Lula.
O ministro da educação, Renato Janine Ribeiro, também destacou a importância do envolvimento de diversas instâncias sociais e de governo: “Não há Pátria Educadora [atual slogan do governo federal] sem PNE”. “Queremos fazer territórios educadores, cidades educadoras, bairros educadores. Uma revolução”, afirmou. Para Janine, a economia não impede o avanço: “neste ano de crise, o que não fizermos por falta de dinheiro vamos melhorar em qualidade”.
O ministro disse que “a chave desta revolução começou no governo Lula, com a inclusão social focada na educação”. É essencial uma articulação de toda a sociedade para o sucesso do PNE, ponderou Janine. “Temos uma sociedade que, por um lado, clama por educação e, por outro, não dá apoio a isso. O MEC tem que ser o protagonista dessas ações, daí a importância da articulação entre governo, estados e municípios.”
O Brasil, continuou, “segue sendo um país desigual e injusto, no qual a elite demorou 400 anos para criar a primeira universidade e nunca quis empoderar as classes pobres”. “Quantos são os talentos que ficam para trás?”, indagou Janine. “Todos tem que ter direito à educação”.
“Temos que convencer a sociedade de que esse programa não é do governo federal, não é do Congresso que aprovou, não é do MEC; é de toda a sociedade brasileira, é nosso”.
Fernando Haddad, prefeito de São Paulo e ministro da Educação durante o governo Lula, lembrou que, no Brasil, “a educação básica é destaque na Unesco, o terceiro país que mais evoluiu na década”. Um dos idealizadores do plano, Haddad reafirmou a centralidade do envolvimento de diversas camadas sociais. “Se não houver uma viralização para a sociedade em geral, vamos ter dificuldade em cumprir as metas”. “A meta é da escola, dos professores e da comunidade.”
Relator do Plano Nacional de Educação na Câmara dos Deputados, o ex-deputado Angelo Vanhoni afirmou que “o plano foi feito para mudar o Brasil, mudar a vida das pessoas, é um plano de sociedade, de uma vida diferente”. “Se realizarmos 70%, 80% das metas, nós mudamos o país”, disse. Faltam, na opinião de Vanhoni, “espaços de sociabilidade para a juventude”. “A política cultural do nosso país é muito débil. O estado precisa orientar o coração e as mentes dos jovens.”
Representando o movimento estudantil, Carina Vitral, presidenta da UNE, elogiou as iniciativas dos governos do PT e o diálogo estabelecido com a União Nacional dos Estudantes: “antes o FIES estava nas mãos dos empresários; a reforma fez com que o estado virasse o condutor do programa”.
Coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação, o Sind-UTE/MG, e presidenta da Central Única dos Trabalhadores no estado, Beatriz Cerqueira, citou o projeto de lei que ameaça as verbas vindas da exploração do pré-sal: “temos com este plano, uma oportunidade inédita de fazer a disputa do Pré-sal, do investimento na educação”.
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