Lula: “Estamos de volta para fazer uma nova independência neste país”

Em Belo Horizonte, ex-presidente lembra Inconfidência Mineira e diz que Brasil precisa de dignidade, respeito e harmonia

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Em ato pela democracia na noite desta quinta-feira (18/08), em Belo Horizonte (MG), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que concorre mais uma vez às eleições para fazer uma nova independência, que garanta dignidade, respeito e harmonia ao povo brasileiro. No primeiro grande ato público, Lula lembrou a Inconfidência Mineira, a morte e o esquartejamento de Tiradentes, e destacou a importância política e econômica de Minas.


O ex-presidente afirmou que o estado não passará por episódios como os recentes que aconteceram em Mariana e Brumadinho, com mortes e destruição decorrentes de rompimentos de barragens. No discurso, referindo-se ao ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, disse que trabalharão juntos. Ele na Presidência e Kalil no Governo do Estado. “Nós vamos ser parceiros. Nós vamos fazer esse estado crescer. Esse estado não será apenas exportador de minério de ferro. Esse estado não vai ter mais Mariana e Brumadinho, tomadas pela cheia e pela quebra das represas”, disse.


“Se em 1792 um homem desse estado foi enforcado porque queria a independência desse país. Se em 1792 eles esquartejaram, cortaram a carne, salgaram e penduraram no poste para que ninguém mais falasse de independência, eu quero que os esquartejadores saibam: nós estamos de volta para fazer uma nova independência nesse país, que garanta a dignidade, o respeito e a harmonia do nosso povo.”

Governar é cuidar


A uma Praça da Estação lotada, Lula lembrou do legado de seus governos, voltou a dizer que o Brasil regrediu muito desde a saída do PT do poder e sinalizou prioridades como investimento em educação, saúde e infraestrutura, além de recuperação da indústria, geração de emprego e combate à fome.


“Esse país tem que voltar para as mãos de homens e mulheres que sabem construir. E eu e o Alckmin e o Kalil, a gente não quer ser governador, a gente não quer governar o país. Sabe o que a gente quer fazer? A gente quer cuidar. Cuidar como uma mãe cuida do seu filho, cuidar como essa mulher na minha frente está cuidando do menino que tem uma deficiência física e está numa cadeira de rodas”, disse, se referindo a uma família que fez questão de cumprimentar ao fim do discurso.


Lula afirmou ainda que o Palácio do Planalto estará aberto a todos. Ele fez questão de pontuar as diferenças entre ele e o atual presidente. “Nós estamos enfrentando uma pessoa desequilibrada mentalmente. Nós estamos enfrentando uma pessoa desestruturada do ponto de vista psicológico. Nós estamos enfrentando uma pessoa que acha que a polícia tem que matar, e não prender; uma pessoa que acha que tem que vender arma, e não vender livro, uma pessoa que acha que tem que estimular o ódio, e não o amor, exatamente o contrário do que nós queremos”, afirmou.


O ex-presidente destacou a necessidade de construção de uma sociedade de carinho e fraternidade. “Nós não queremos as pessoas odiando umas às outras. Nós queremos as pessoas se abraçando, as pessoas se ajudando, as pessoas, inclusive, não sendo utilizada religiosamente como são hoje. É heresia falar o nome de Deus em vão como fala ‘esse’ cidadão que eu não quero citar o nome. Esse cidadão está mais para fariseu do que para cristão. Esse cidadão não respeita ninguém, ele não respeita saúde, ele não respeita negro, não respeita mulher, não respeitou sequer 680 mil vítimas da pandemia. Por isso nós precisamos voltar”, completou.