O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a retomada do Estatuto do Desarmamento e pediu o fim da violência no país. “Eu quero o povo armado de livro, de sabedoria, de conhecimento e cultura”, disse ele, durante ato em Taboão da Serra (SP), neste sábado (10/09). O ato teve a participação do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e dos candidatos ao senado e ao governo, Márcio França e Fernando Haddad.
“No tempo que eu era presidente nós recolhemos e destruímos 620 mil armas. E o Bolsonaro está vendendo arma para quem? Para o crime organizado. Agora eles podem comprar porque o ‘Bozo’ disse que pode comprar. Ele quer o povo armado. Eu não quero o povo armado, eu quero o povo armado de livro, de sabedoria, de conhecimento e cultura”, declarou o ex-presidente.
Lula também criticou o clima bélico que Bolsonaro trouxe para as eleições de 2022 e lamentou o brutal assassinato, no interior do Mato Grosso do Sul, de mais um eleitor petista, desta vez pelas mãos do bolsonarista Rafael Oliveira, 24, que confessou para a polícia ter matado por divergências políticas. No início de julho, um crime parecido ocorreu em Foz do Iguaçu, no Paraná, quando um petista morreu após ser baleado na sua própria festa de aniversário pelo bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, de 38 anos.
Armas
“Isso é uma demonstração de um clima de ódio que está estabelecido no processo eleitoral, uma coisa totalmente anormal. As pessoas estão sendo induzidas a uma violência exacerbada. Enquanto recolhemos armas, temos agora um cidadão que está na Presidência fazendo decreto liberando armas a vontade, não importa o calibre, não importa a quantidade de bala, a quantidade de cartucho, e eu acho que ele não se dá conta que ele está armando o crime organizado”, criticou.
Lula ainda deu como exemplo eleições anteriores, onde todos os adversários defendiam a democracia e não eram inimigos. “Vocês estão vendo aqui duas pessoas que foram adversários [Lula e Alckmin], que disputamos eleições, estávamos em partidos diferentes, falávamos mal um do outro e na hora que a gente tem que pensar no país, nós estamos juntos, construindo uma proposta para o Brasil. Isso é a política”, explicou o ex-presidente.
Mulheres assassinadas
Em discurso, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse que o país andou para trás com Bolsonaro. “O Bolsonaro não é civilizado. O Brasil deu marcha ré, andou pra trás. Um presidente que tem saudades da ditadura e da tortura não pode pedir o voto do povo, pois não acredita na democracia”, afirmou.
“Um presidente que promove as armas. O povo não quer armas, quer emprego, renda, educação. Metade das mulheres assassinadas no Brasil foi por arma de fogo. Nós retrocedemos. Mas, estamos aqui para trabalhar. Lula tem liderança, experiência. Faltam três semanas e nós vamos conseguir mais dois pontos para ganhar no primeiro turno”, completou.
Intolerância
Márcio França, candidato ao Senado pela Coligação Brasil da Esperança, convocou a população para se unir nessas eleições. “Não existe eleição de véspera. Então, até as 5h da tarde do dia 2 de outubro, está todo mundo convocado para sermos a voz do Lula, o coração do Haddad, nossos olhos. Precisamos estar atentos até a última hora. Aqui em Taboão, na última eleição, eu tive 70% dos votos. Precisamos do povo unido para fazer a grande eleição da nossa vida, vamos mandar o Tchutchuca pra casa e o Lula pra Brasília”, disse ele.
O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou que Bolsonaro retira direitos dos trabalhadores, além de desrespeitar as mulheres. “Cada semana com Bolsonaro é um direito a menos do trabalhador, é um desrespeito a mulher brasileira, é a intolerância étnico racial que ele promove. Eles já tentaram de tudo contra o pobre e o preto na universidade, no aeroporto pegando avião. Tentaram nos processar, prenderam o maior líder desse país numa fraude. Agora eles partiram para a violência total”, lamentou.
“Essa palhaçada acaba dia 2 de outubro, não tem que continuar. Nós não queremos o segundo turno para poder dar fim a esse regime opressor, de intolerância e violência que nós estamos vivendo. É só o que a gente pede, paz para estudar e trabalhar, e esse projeto tem nome e número: é 13. É Lula e Alckmin. E é o 400 do França para governador.”