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Lula faz apelo por fim da guerra: “o povo quer vida, não a morte”

Em encontro hoje (30) com lideranças de esquerda de diferentes países, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a condenar a guerra na Ucrânia e fez um apelo às lideranças mundiais para que encerrem o conflito que já dura mais de um mês. No Encontro Internacional Democracia e Igualdade, organizado pelo Grupo de Puebla, Lula defendeu que os países sejam tratados com igualdade de condições e tenha suas integridades territoriais respeitadas.

“Os países precisam ser tratados em igualdade de condições. Nós temos que respeitar a integridade territorial de cada país, por isso eu queria pedir para vocês, para a gente avisar para o Putin, avisar para o presidente da Ucrânia, avisar para o Biden, avisar para os presidentes dos países europeus: parem com essa guerra! O povo precisa de paz! O povo quer emprego, o povo quer salário, o povo quer educação, o povo quer cultura, o povo quer vida, o povo não quer morte. A quem interessa essa guerra?”, disse num ato que reuniu também centenas de estudantes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que sediou o encontro. De acordo com ele, no Brasil, as questões que levaram ao conflito seriam resolvidas com diálogo.

Lula voltou a ressaltar a importância das relações do Brasil com os vizinhos da América do Sul e da América Latina para desenvolvimento da região e lembrou que, desde seu primeiro mandato, tratou a região com prioridade, o que levou o Brasil a ter atuação definitiva em questões como conflitos internos na Venezuela, fortalecimento do Mercosul e criação da Unasul, o que fez com que o país passasse a ser respeitado em todo o mundo.

“A gente respeitava as pessoas e as pessoas respeitavam a gente. Não falávamos nem mais fino nem mais grosso com ninguém. A gente tratava todo mundo com o mesmo respeito e isso fez com que o Brasil passasse a ser um país levado muito a sério”, declarou.

A uma plateia com nomes como a segunda vice-presidente da Espanha, Yolanda Díaz, o ex-presidente da Colômbia, Ernesto Samper, e o ex-presidente do governo da Espanha, José Luiz Rodriguez Zapatero, Lula relatou os problemas que o Brasil voltou a enfrentar, como a fome, e declarou que as fronteiras que devem existir na América do Sul são as do crescimento, do desenvolvimento e do combate à miséria.

A ex-presidenta Dilma Rousseff, também presente no ato, destacou a importância de os brasileiros irem à ruas defender a reconstrução do Brasil e impedir que a Petrobras seja entregue a empresas estrangeiras e que milhões de brasileiros continuem condenados à fome.

O ex-ministro Aloizio Mercadante, presidente da Fundação Perseu Abramo e um dos coordenadores do Grupo de Puebla, disse que o grupo foi criado para defender a democracia, há três anos, num contexto em que lideranças de esquerda de vários países estavam perseguidas pelo chamado lawfare. “Temos uma extrema-direita que quer destruir a democracia. Assim como a universidade não vai se calar, o povo vai restabelecer a democracia”.

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