Lula lamenta assassinato de apoiador do PT por bolsonarista

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a violência política que vitimou mais um eleitor do Partido dos Trabalhadores na quinta-feira (08/09) no Brasil. Ele disse que violência política é uma demonstração do clima de ódio que está estabelecido no processo eleitoral. “Uma coisa totalmente anormal (…) Este país está caminhando para uma selvageria que nós até então não conhecíamos”, afirmou.

Benedito Cardoso dos Santos, 44 anos, foi morto a facadas por um colega de trabalho bolsonarista, Rafael de Oliveira, 24 anos, depois de uma discussão política. O crime aconteceu na cidade de Confresa (MT).

“Não é a primeira campanha que a gente participa. Nunca teve violência. Nunca teve violência porque qual é a orientação nossa? Terminou os comícios, vamos pra casa! Vamos para casa abraçar a mulher, abraçar os filhos e esperar para o dia seguinte para começar o nosso trabalho. Nós não temos a cultura da violência, a cultura da ignorância política, a cultura da antidemocracia. Isso aconteceu agora! Isso aconteceu em 2018 e isso aconteceu agora, e não é da nossa parte”, lamentou o ex-presidente, em conversa com jornalistas, no Rio de Janeiro (RJ).

Lula disse ainda que espera que as autoridades estejam atentas ao avanço da violência. “Agora não é mais briga. Agora é o cara indo na casa de um cara que faz aniversário e matando o cara. É um colega de trabalho matando o outro. Isso é gravíssimo, eu espero que a polícia esteja atenta, e a própria Justiça Eleitoral”, disse. “Da nossa parte, o que nós queremos é uma campanha de paz. O que nos interessa é que no dia 2, às 19 horas, a gente tenha o resultado da eleição”.

Liberação de armas

Ao lado do ex-governador Geraldo Alckmin, o ex-presidente destacou a disputa civilizada que sempre existiu ente PT e PSDB e disse que agora o Brasil está tomado por um comportamento sui generis, com pessoas sendo induzidas a uma violência exacerbada, num país cujo atual governante tomou a decisão de facilitar o acesso a armas, por meio de decretos.

“Enquanto no meu governo, com o Márcio Thomaz Bastos ministro da Justiça, a gente recolheu 620 mil armas nesse país, nós temos agora um cidadão que está na Presidência que faz decretos liberando armas à vontade, não importa o calibre, não importa a quantidade de bala, não importa a quantidade de cartucho”, disse.

Segundo Lula, o atual dirigente o Brasil não deve se dar conta de que está armando o crime organizado. “Eu acho que ele deveria fazer uma pesquisa para saber quem é que está comprando armas nesse país.  Eu não acredito que as pessoas de bem estão comprando armas. Eu não acredito que uma pessoa que não saiba manusear esteja comprando armas porque fica até mais fácil os bandidos tomarem essa arma das pessoas que não sabem utilizar”.

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