No evento de lançamento da pré-candidatura de Jerônimo Rodrigues (PT) ao governo da Bahia, em Salvador, hoje (31), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou para um auditório lotado sobre o carinho que tem pelo povo baiano. O presidente disse ter se surpreendido com o tamanho do evento e com a animação do público e destacou que Jerônimo, por sua trajetória, já é um herói do sertão.
“Filhos de pobres precisam ter as mesmas oportunidades que os ricos para estudar”, diz Lula
“Quando fui avisado que deveria vir à Bahia para fazer a apresentação do companheiro Jerônimo, eu pensei que era aquele herói da televisão, Jerônimo, o herói do sertão. Quando eu cheguei aqui, descobri que era o secretário da Educação. Mas o cara que nasceu na cidade de Aiquara e vai ser candidato a governador da Bahia é um verdadeiro herói do sertão, porque conseguiu ultrapassar todas as barreiras”, brincou Lula, exibindo seu carinho pela alegria e pelo jeito baiano.
“Vocês outra vez me surpreenderam”, disse. “Eu gosto tanto da Bahia que eu desconfio que em alguma encarnação eu nasci na Bahia. Porque o carinho que vocês têm comigo é um carinho excepcional, assim como o carinho que eu tenho por vocês, a alegria, o jeito bonito de vocês falarem, o jeito bonito de vocês cantarem, as coisas que vocês falam. Eu quero dizer para vocês que a Bahia vai continuar sendo governada por gente decente”.
Em seu discurso, o ex-presidente reforçou que a fórmula para a recuperação do país passa pela inclusão dos mais pobres nas políticas públicas e deu um conselho para Jerônimo.
“Você não deixe o pobre por último no orçamento, porque se você for fazer o orçamento e atender todo mundo para deixar o pobre para o fim, quando chegar no pobre não tem mais dinheiro. Então, comece priorizando as pessoas mais necessitadas. Quem precisa do Estado não é o rico, são os pobres. Quando o pobre precisa de 10 reais, eles dizem que é gasto, quando o rico precisa de 1 bilhão, eles dizem que é investimento”, declarou, dando um recado para o atual governo: “se não sabe governar, pede para ir no banheiro e não volta mais, deixa quem sabe governar”.
Em um tom mais sério, ele falou dos desafios que a campanha irá enfrentar, mesmo com 16 anos de governos do PT na Bahia e com a alta popularidade do governador Rui Costa. “Se prepare, se você, Jerônimo, pensa que é moleza, não vai ser. Tem que estar de cabeça erguida, acreditar nesse povo para ganhar a batalha”, ressaltou.
Coordenador dos programas de governo de Costa desde 2014, Jerônimo Rodrigues defendeu o legado dos governos petistas na Bahia. “Vamos defender os sonhos de 15 milhões de baianos e baianas. Nossos sonhos não podem andar para trás. Vamos vencer o ódio e o atraso”, afirmou o pré-candidato.
No evento, além de Jerônimo Rodrigues, também foi confirmado o nome do pré-candidato a vice-governador: Geraldo Júnior, atual presidente da Câmara dos Vereadores de Salvador. O senador Otto Alencar (PSD-BA) é pré-candidato à reeleição na coligação formalizada entre PT, PSD, PSB, PV, PC do B e MDB.
Legado na Bahia
Emocionado, o governador Rui Costa falou sobre os desafios e o apoio de seu antecessor, o senador e ex-governador Jaques Wagner. “Sete anos atrás, você me pediu ‘siga e faça mais do que eu consegui fazer’, foi o que tentei. Temos que mostrar ao Brasil que este estado faz uma política de pé no chão, com humildade para dar oportunidade a todos”, destacou.
Para, Jaques Wagner, a tarefa de reconstruir o Brasil após o governo desastroso de Jair Bolsonaro é um trabalho que precisará ser feito por todos. “O Brasil vem sendo desmontado há 3 anos e meio, com pobreza, fome, inflação. A imagem do Brasil lá fora jogada na lata do lixo. Essa eleição não vai ser com a de 2018, não vai ser presidida pelo ódio, essa eleição vai ser presidida pela esperança, pela prosperidade. Nós acabamos com a tirania e não queremos a volta dela”, disse em seu discurso. “Vamos precisar muito da nossa militância”.
O senador Otto Alencar disse que cumpriu todos os compromissos no seu mandato e destacou que lutou contra as reformas que penalizaram o trabalhador. “Enfrentamos dificuldades, como o golpe que foi dado contra a presidente Dilma. Tivemos o golpe, mas não me tirou o norte de trabalhar e tenho orgulho de dizer, como senador, que lutei contra a reforma da Previdência que penalizou o trabalhador, lutamos, oferecemos emendas. Também contra a reforma trabalhista que precisa ser revista em vários pontos, como o trabalho intermitente que penaliza. A democracia é meu partido, a Constituição é meu respeito”, discursou o senador Otto.
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