Lula: “Meu compromisso é trazer de volta a paz, o amor e a esperança”

No ato Brasil da Esperança, que reuniu dezenas de artistas e intelectuais, ex-presidente defendeu a união de um povo que fala a mesma língua e ama a mesma bandeira

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na noite desta segunda-feira (26/09) que esta eleição pode trazer paz e pôr fim à guerra que tomou conta do país desde a chegada de Jair Bolsonaro ao poder. “Uma guerra que dividiu famílias. Que transformou velhos amigos em inimigos. Que fez até mesmo irmão atirar em irmão dentro da igreja. Isso precisa acabar. E o quanto antes, melhor”, declarou.

A afirmação foi feita durante o ato Brasil da Esperança, realizado pela Coligação Brasil da Esperança, e que reuniu intelectuais, artistas, políticos, influenciadores, lideranças e movimentos sociais organizados no ato Brasil da Esperança, no auditório do Anhembi em São Paulo. O ato, apresentado pelo influenciador Murilo Ribeiro, o Falamuka, e pela atriz Thalma de Freitas, foi transmitido pelas redes sociais do ex-presidente e retransmitido em várias regiões do país.

“Falamos a mesma língua, somos personagens da mesma história. Amamos a mesma bandeira e o mesmo verde e amarelo, que não pertencem a esse ou àquele candidato, e sim ao povo brasileiro. Precisamos de paz para trabalhar, estudar, passear, namorar, criar nossos filhos. O Brasil precisa de união. E é em nome dessa união que nós estamos aqui”, afirmou o ex-presidente.

Lula lamentou as vítimas da Covid-19 e da violência, e disse que sua campanha marcha em nome daqueles que já não podem estar entre nós. Destacou a necessidade da proteger a fauna e da flora. O ex-presidente também prometeu recriar o Ministério da Cultura, dar prioridade aos povos originários, acabar com os sigilos bolsonaristas, com o garimpo ilegal, e pediu para a população comparecer às urnas para mudarmos o país.

“O tempo do ódio, da guerra, da discórdia e da desunião está chegando ao fim. Cabe a nós inaugurarmos um novo tempo. Um tempo de paz, democracia, união, prosperidade, amor e esperança”, completou.

Nossa arma é nosso voto

Janja da Silva, uma das organizadoras do ato, agradeceu a presença do público e das pessoas que assistiram a transmissão, e disse que agora é o momento de conversar com aquelas pessoas que se distanciaram por causa das eleições de 2018, explicar como os últimos quatro anos foram ruins e de mostrar que o Brasil pode ser feliz de novo.

“A gente vai conseguir trazer de volta a esperança e aquele calor que aquece nosso coração quando vemos o Lula falar. Estou muito feliz de estar aqui nessa retinha final de campanha, mas nosso último ato é apertar com força o 13 na urna e mostrar que o Brasil pode ser diferente, mostrar para o mundo que somos o país do amor, do sorriso, da cultura, da Amazônia, o Brasil que vai combater a fome novamente”, garantiu.

O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse que, quando conversou com Lula sobre a composição da chapa, foi alertado de que nenhuma campanha é fácil, mas que ele estava sendo convidado para participar de uma das mais bonitas do Brasil.

“Não se faz campanha em cima de motocicleta ou jet-ski, mas sim de maneira plural, ouvindo, interagindo, e eu estou muito feliz de estar aqui com todos vocês. Se na primeira eleição de Lula e esperança venceu o medo, agora ele vencerá o ódio, que é o mais importante”, revelou, em fala que enfatizou a importância da paz.

Segundo a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, a principal função da militância, nessa reta final da corrida eleitoral, é ocupar as rudes e as redes para conseguir eleger Lula no primeiro turno.

“O voto é a nossa arma. É com o voto que a gente muda a realidade do país. Nós precisamos conquistar as pessoas. Essa decisão vai impactar a vida de todos os brasileiros. Tem muita gente indecisa. Temos que mostrar que o Brasil tem dois caminhos, o do desenvolvimento ou do atraso. A urna não é um lugar de protesto, é um lugar de escolha. E nós precisamos que as pessoas votem pro Brasil ser feliz de novo”, disse.

Negacionismo

Em discurso, o advogado Pedro Serrano afirmou que a democracia como conhecemos foi constituída na luta e que os brasileiros devem encarar a eleição de 2022 como uma oportunidade histórica de poder lutar pela justiça, elegendo Lula e Alckmin.

“Eles podem ter toda a maldade, a violência, armas, mas no dia 2 nós seremos mais que nós, nós seremos os cristãos perseguidos pelo império romano, as mulheres mortas na fogueira da inquisição, os revolucionários que tombaram na luta pela democracia. Seremos os gays e transexuais que lutaram pela igualdade, seremos Zumbi e Dandara, Marielle Franco, seremos Malcom X e Martin Luther King que lutaram pela igualdade racial, nós seremos esse monte de gente que revive nesse ato histórico. Nós seremos todos os brasileiros que faleceram pelo negacionismo de Jair Bolsonaro na condução da pandemia”, declarou.

Os artistas e intelectuais presentes, como Paulo Miklos, Pablo Vittar, Itamar Vieira Junior, Daniela Mercury, Gregório Duvivier e Silvio Almeida, subiram ao palco para discursar pela democracia, paz e contra o fascismo e o autoritarismo. Figuras internacionais como Danny Glover, Mark Ruffalo e Roger Waters também enviaram vídeos dizendo que Lula é o único nome que pode proteger a Amazônia e combater o racismo. Dilma Rousseff, quando anunciada nos microfones, foi ovacionada pela plateia.

Entre as centenas de personalidades, participaram Otto, Fabiana Cozza, Marcelo Jeneci, Johnny Hooker, Silva, Duda Beat, Lukinhas, Grace Passo, Mônica Martelli, Max B.O., Rogéria Holtz, Salgadinho, Tuyo, Maíra, Maciel Melo, Família Quilombo, Pedro Serrano, Edson Leite e Txai Suruí, Mariana Bopp, Ivan Baron e Thelminha. Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil também enviaram vídeos em apoio, assim como Djamila Ribeiro, Heloisa Sterling, Lilia Schwarz, Emicida e Gaby Amarantos.