O ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou em entrevista ao vivo à Rádio Itatiaia (MG), na manhã de hoje, 10 de março, que o Brasil precisa de uma ampla aliança política e da participação da sociedade para sair da atual situação, de crise econômica e social.
“Temos que ter uma preocupação, que é a reconstrução do Brasil. O país está numa situação muito difícil, eu diria até desesperadora. E pretendemos construir um movimento. A minha candidatura não é a candidatura de um partido político, é a candidatura de um movimento, para reconstruir a democracia brasileira, para reconstruir a economia brasileira, para voltar a sonhar com o crescimento econômico e com a distribuição de renda. Vamos construir em torno dessa perspectiva um movimento muito grande, que vai envolver muita gente da sociedade, gente de partido, gente de fora de partido, para que a gente possa garantir que o povo brasileiro volte a ser feliz outra vez ”, afirmou.
O ex-presidente disse que, caso seja candidato, vai construir uma chapa para ganhar as eleições e, mais importante, para governar o país. A ideia dessas alianças, segundo ele, é unir a sociedade brasileira em torno da recuperação do país, que voltou a ter inflação de dois dígitos e milhões de pessoas passando fome por conta da pandemia e da má administração do atual governo.
“Mais importante do que ganhar as eleições, é ter certeza das dificuldades: você tem que reconstruir um país que tem uma inflação de dois dígitos, um país que tem milhões de desempregados, uma país que 19 milhões de pessoas passando fome, mais 116 milhões com algum problema de insegurança alimentar”, afirmou.
O ex-presidente lembrou ainda que Brasil tem hoje mais de 30 milhões de pessoas com trabalho intermitente, pessoas que não têm carteira assinada, nem direito a férias ou descanso semanal remunerado “Este país tem que ser reconstruído e quem pode reconstruir esse país são pessoas que conhecem o país, pessoas que vieram do mundo do trabalho, pessoas que conhecem o mundo sindical, pessoas que têm coragem de conversar com prefeitos e governadores”, disse, lembrando que hoje o presidente da República não conversa com as demais instituições.
“Se eu voltar a ser presidente da República, a primeira coisa que eu quero fazer é uma reunião com os 27 governadores dos estados, independente do partido, para a gente decidir quais as obras de infraestrutura mais necessária em cada estado, levando em conta a questão da educação, da saúde e da segurança pública”.
Lula lembrou que, como presidente, sempre teve respeito pelos governadores e sempre visitava as sedes de governos estaduais e convidava os governadores para as inaugurações das obras, mesmo se ele fosse um opositor.
“O respeito institucional é uma coisa necessária para que a gente possa viver democraticamente de forma sadia. Eu aprendi com a minha mãe que respeito é bom, eu gosto de dar e gosto de receber e será assim, se eu voltar a governar este país. O que conta, na verdade, é o interesse da sociedade e não o interesse de alguém que tem um mandato”, afirmou o ex-presidente.
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