O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta segunda-feira (22), durante coletiva à imprensa internacional na cidade de São Paulo, que o país precisa voltar a ter estabilidade econômica para gerar emprego, renda e melhorar a qualidade de vida do povo brasileiro.
E crescimento econômico com responsabilidade fiscal na implementação do Auxílio Brasil, com respeito às condicionalidades de saúde e educação, com crianças na escola e vacinadas, e as mães acompanhadas na gestação. “Ninguém nesse mundo demonstrou mais responsabilidade fiscal do que nós. O Brasil foi único país do G-20 que fez superávit primário durante os mandados meu e da Dilma. Único do mundo”, lembrou ele.
Para Lula, o país precisa voltar a crescer. “Nós vamos gerar muito emprego. Nós temos várias formas de fazer isso. Eu queria dizer para vocês que o Brasil precisa de três coisas, são palavras, que, na minha experiência de governo são quase mágicas. O país precisa de um governo que tenha credibilidade, estabilidade e a previsibilidade. As pessoas precisam saber o que vai acontecer no país à luz do dia”, declarou.
A experiência exitosa do governo Lula foi rememorada justamente para mostrar que existem saídas possíveis para 2023. “Para mim, não é novidade pegar Brasil com inflação alta, nós já pegamos uma vez com 12%, ou com juros altos, porque em 2003 os juros estavam 24%, e para mim não é novidade altas taxas de desemprego, porque em 2003 o Brasil tinha 12 milhões de desempregados”, disse.
Lula defendeu que é necessário trabalho sério para trazer a taxa de juros e a inflação para um número considerado razoável. “Para isso, o Estado brasileiro vai ter que fazer um grande investimento em obras públicas. Precisa ser indutor desse investimento para que ele motive a iniciativa privada a acreditar que o governo está falando sério. Porque se o governo falar e não acontecer, nenhum empresário vai fazer investimento. Então, o pontapé inicial tem que ser dado pelo governo”, disse.
Estabilidade
Lula afirmou também que, caso eleito, pretende, logo em janeiro de 2023, se reunir com os 27 governadores para fazer um levantamento sobre a situação das obras de infraestrutura em cada estado. “Precisamos repactuar o pacto federativo, estabelecer relação estabilizada com governadores. Os governadores não são inimigos porque são de outro partido político. Um chefe de Estado, quando ele quer conversar com o governo, ele tem que conversar com o povo, não importa de que partido seja o governador”, declarou.
Neste sentido, o ex-presidente comentou que, simultaneamente, irá recuperar a capacidade de investimento do BNDES, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica, e que empresas públicas não serão privatizadas. “E nós vamos ter uma coisa muito importante, é que nós vamos colocar o Brasil para viajar no mundo, para mostrar ao mundo o que a gente quer fazer no Brasil para que, com essa credibilidade, convença investidores estrangeiros a confiar no Brasil para fazer investimentos novos e não para comprar empresas públicas”, afirmou.
E prosseguiu. “Nós já fizemos uma vez e vamos fazer outra vez. Quando ganhamos as eleições em 2003, na teoria econômica muita gente dizia que o Brasil estava quebrado, dizia que o Brasil não tinha jeito, muita gente dizia: pobre, Lula, ganhou um país que ele não vai poder governar. E acredito que a seriedade de um presidente, a credibilidade que ele construiu junto à sociedade e aos empresários é que vai permitir que as coisas comecem a acontecer de forma positiva. Nós conseguimos mostrar isso, conseguimos pegar um país quebrado, conseguimos entregar um país crescendo 7,5% ao ano, conseguimos entregar, crescendo no comércio varejista quase 13% ao ano, conseguimos entregar, antes do golpe de 2016, 4,5% de desemprego, o menor desemprego que já teve na história do país”.
Por fim, o ex-presidente reforçou que o aumento da pobreza deve ser combatido imediatamente. “Não tem sentido as pessoas estarem passando fome. É assim que vamos tentar resolver o problema da nossa economia. Você pode estar certo de que eu sei o tamanho do problema, tenho noção do tamanho do problema, estou fazendo física todo dia de manhã para estar preparado para carregar esse peso e tentar diminuí-lo”, completou.