Em ato público hoje em Campina Grande (PB), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lembrou das políticas públicas inclusivas dos governos petistas e mencionou, especialmente, o programa de construção de cisternas e a transposição do rio São Francisco. Os dois programas levam água ao semiárido e ajudam a resolver um problema histórico da região, que sofreu anos com a seca.
No ato “Vamos Juntos pelo Brasil e pela Paraíba”, realizado no Parque do Povo, o ex-presidente lembrou que a transposição, planejada desde os tempos do império, ficou na gaveta de diferentes governos e só saiu do papel pelas mãos do único governante que conheceu de perto o drama da falta de água. Em alguns casos, contou, alguns governadores impediam a obra porque se achavam donos do rio.
“Eu digo para todo mundo ouvir: tem 12 milhões de nordestinos que vivem no semiárido precisando de água e ninguém vai impedir a gente de levar água para matar a sede de milhões de nordestinos. E sabe por que fiz isso? Eu sei o que é, com sete anos de idade, sair com um jumento para ir pegar água no açude, tendo de ficar separando fezes de cabrito, de cavalo, de vaca ou de cabra, caramujo, para levar água para casa, colocar para assentar e, depois que assentava, tirava com uma canequinha para a gente beber. Eu sei o que é carregar água seis léguas de distância na cabeça para poder beber”, lembrou.
Lula defendeu a realização da transposição e criticou a tentativa de quem não se mexeu para que a obra saísse do papel, e que agora tenta se passar pelo pai dela. “Essa gente tem tanta desfaçatez, essa gente é tão mentirosa que é obrigada a mentir mesmo com coisas que sabem que o povo sabe”, lamentou, lembrando também a construção de 1,4 milhão de cisternas para atenuar o flagelo da seca, assim como outros programas de inclusão como Luz para Todos, Bolsa Família, PAA e PNAE e Minha Casa, Minha Vida.
Lula afirmou ainda ter orgulho de nunca ter admitido que o nordestino aparecesse na imprensa por causa do analfabetismo, da desnutrição, da fome e da seca.
“Eu saí de Caetés, em 1952, agarrado no rabo da saia de uma mãe fugindo da seca. A seca é um fenômeno da natureza, mas a fome é falta de vergonha de quem governa esse país. A fome não tem nada a ver com a seca, porque depende de política de Estado”.
Com discursos emocionados, o encontro, numa das maiores cidades de um estado muito beneficiado pelas políticas inclusivas dos governos petistas, foi de reconhecimento, alegria, pessoas vestidas com criativos bonés e camisetas alusivos a Lula e muitas referências à necessidade de reconstruir o Brasil, após os retrocessos patrocinados pelo atual governo.
Ricardo Coutinho, ex-governador da Paraíba e candidato ao Senado pelo PT, contou dos avanços do estado na época de Lula presidente, como o fato de a transposição do São Francisco ter salvado Campina Grande, hoje um importante polo de desenvolvimento regional.
“Campina Grande só sobreviveu, com a água da transposição do São Francisco, em 2017, por causa de Lula da Silva, que fez a transposição que os outros só falavam. A transposição salvou Campina Grande. Era impossível pensar em abastecer uma cidade como essa”, afirmou, pontuando que, se ganhar as eleições, Lula vai transformar a região de novo. “Precisamos não apenas pisar na cabeça da serpente, mas esmagar a serpente fascista que tomou conta desse país”.
Veneziano Vital do Rego, ex-prefeito de Campina Grande e candidato a governador da Paraíba, contou do bom momento que a cidade viveu por causa da parceria que tinha com Lula, e afirmou que o ex-presidente é mensageiro do que precisamos nesses momentos de tormenta pelo qual o Brasil passa.
“Tantas e tantas obras foram edificadas, tantas e tantas ações foram trazidas”, disse, citando restaurantes populares, creches, UPAs, cozinhas comunitárias e combate à fome com comida no prato. “Em Campina Grande foi o senhor, presidente Lula”.
A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, destacou que a união em torno da chapa Lula-Alckmin é um movimento grande para salvar o Brasil da tragédia. “Nunca é demais lembrar que Lula governou este país por oito anos. Esteve no país inteiro. Conhece o estado brasileiro, sabe o que fazer. Não vai precisar começar só depois de sentar na cadeira. Não é possível que o ódio, a intolerância continuem sendo um caminho na política”.
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