“Lula reconheceu o trabalho dos catadores”: depoimentos e histórias de vida

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Na manhã, desta quinta (7), centenas de catadores de materiais recicláveis chegaram cedo para encontrar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Complexo Integrado de Reciclagem do Distrito Federal (CIR/DF),administrado pela Central de Cooperativas de Catadores (Centcoop), na Cidade Estrutural, em Brasília. Pessoas que ganham a vida com a catação no DF, vindas de vários estados do Brasil. Em comum, a lembrança dos tempos de dignidade e acesso a direitos nos governos de Lula e do PT e a certeza que o Brasil tem jeito.

Arnaldino Pereira da Silva, catador de 40 anos, veio de Poços de Goiás. Ele lembra que, antes de Lula, não havia luz nem água em sua cidade, no interior. “Quando Lula foi presidente, chegou luz e água encanada pra todo mundo da região”.

Arnaldino lamenta o momento atual de desesperança com Bolsonaro. “Agora a situação está muito mais difícil. Como comprar um quilo de carne. Eu nunca pensei que a gasolina fosse chegar nesse preço, está difícil demais”, diz o trabalhador. “Eu sempre votei no PT e sempre vou votar. Não nego pra ninguém. Quem manda na minha vida sou eu”, afirma.

Eva Barros veio do Maranhão e trabalha na catação há 18 anos. Atualmente na Cooperativa Renova, ela rememora as políticas públicas dos governos do PT para os catadores:

“Pra mim, Lula foi um bom presidente pros catadores. Ele viu o nosso trabalho, reconheceu, tinha representante da catação, ele ajudou muitas famílias com os benefícios. Pra mim, Bolsonaro não é um bom presidente. As coisas estão difíceis. Ele poderia ter feito muito mais. Se ele tivesse feito um trabalho melhor, as coisas não estariam como estão no nosso país”.


Alice Souza da Silva, de 23 anos, é moradora do Riacho Fundo, no DF. Está na catação desde os 17 anos, é filha de um dos fundadores da cooperativa. Foi a reciclagem de materiais que que permitiu que eles conseguissem moradia própria.

Denisvaldo de Farias Lima e Gabriel  de Oliveira dos Anjos são primos que chegaram há pouco de Sítio do Mato, perto de Bom Jesus da Lapa, na Bahia. Gabriel trabalhava com blocos de cerâmica e Denisvaldo era trabalhador do campo, em plantações de banana. Tornaram-se catadores, estão na cooperativa Nova Superação, e sublinham a importância da catação para a preservação do meio ambiente.

Gabriel denuncia que o governo Bolsonaro está cortando benefícios sociais da população. O  desmonte da previdência é sentido pela população: “minha mãe é aposentada, correu atrás e está esperando a perícia pra ver se vai dar certo”.

Gabriel, apesar de ser criança na era dos governos do PT, lembra da conquista de direitos dos governos de Lula “minha avó sempre falava dele”. Denisvaldo diz que quer Lula de volta “porque ele ajudou a gente. Ele deu permissão pra gente ter uma moto, uma coisa dentro de casa, porque ele abriu o Bolsa Família”. Lula é primo nosso da Bahia. Minha vó sempre falava dele, que ele ajudou muita gente. O jovem completa:

“Tem um ano já que eu tirei o título pra ter certeza que vou conseguir votar no Lula. ele fez tudo por nós. Agora Bolsonaro o que ele fez?”

Ivani Souza do Nascimento chegou a Brasília há 40 anos, de Correntina, na Bahia. Há 15 anos trabalha como catadora, e lembra que “Lula  ajudou as pessoas carentes. Hoje, eles estão cortando os benefícios. Cortaram meu benefício alegando que eu ganho R$2500 reais. Se não fosse pela reciclagem, eu estaria desempregada”.

Ivani lamenta a volta da fome. “Conheço muita gente que mora de aluguel e se pagar o aluguel não come”.

Dona Raimunda Maria Ferreira de Santana é catadora há 20 anos, na cooperativa Acobraz. Ela afirma que a vida com Lula era muito melhor. Com a saída de Dilma, tudo piorou. E faz questão de deixar um recado para Lula: “que ele volte logo, para ajudar a todos nós”.

Marli Alves da Silva, de Januária (MG),  entrou para a catação há pouco menos de dois anos. Lembra da vida na época de Lula: “ele fez muita coisa boa, tirou muita gente da miséria. As pessoas tinham condições de comprar as coisas”. A comparação com a situação atual é desesperadora:


“ Hoje ninguém tem condições de nada. Quem ganha mil reais não compra um pedaço de carne, uma cesta básica. Se não for doações a gente passa fome. Lula voltando, vai melhorar muito. Lula é o pai dos pobres. Ele já tirou muita gente da miséria e vai tirar de novo”