Lula revolucionou semiárido com construção de cisternas. Já Bolsonaro…

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Em 2002, antes do primeiro governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, menos da metade da fatia dos 5% brasileiros mais pobres tinham garantia de acesso à água de qualidade (49,6%). Em 2015, na gestão de Dilma Rousseff, o acesso saltou para 76%. Uma série de políticas públicas transformadoras, como a distribuição de cisternas, contribuíram para garantir que brasileiros pudessem alcançar um direito humano tão fundamental.

No sertão nordestino, conviver com a seca é uma realidade – por isso, é crucial desenvolver e implementar políticas sociais de convivência com a seca. Juntos, Lula e Dilma entregaram 1,4 milhão de cisternas graças ao programa que começou como ação da sociedade civil e foi determinante na luta por universalizar o acesso à água no semiárido. Nos 13 anos dos governos de Lula e Dilma, foram 1,25 milhão de cisternas para consumo, 169,5 mil cisternas para produção (segunda água) e 6,9 mil cisternas escolar, totalizando 1,43 milhão de cisternas.

Sob a batuta de Bolsonaro, foram entregues apenas 36 mil cisternas. Aqui, nós te explicamos como mais esse desmonte aconteceu.

A tecnologia é social, de baixo custo e extremamente simples e eficiente, beneficiou cerca de 5 milhões de famílias. Famílias, especialmente mulheres, deixaram de carregar água em suas cabeças, liberando tempo livre para outras atividades. Do conjunto de cisternas de consumo entregues, 73% foram para famílias chefiadas por mulheres.

Antes disso, o combate à seca na região Nordeste era feito apenas em caráter assistencialista, pela distribuição de carros-pipa ou cestas básicas insuficientes. Em 2003, a realidade começa a mudar com o lançamento do Programa Um Milhão de Cisternas , em parceria com a ASA (Articulação do Semiárido) –  no âmbito do então Ministério Extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome (MESA), que viria a ser o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). O programa nasce com um único objetivo: levar ao sertanejo água de beber. O programa, batizado de “1 milhão de cisternas”, tornou-se um caso de sucesso.

Em 2013, durante o governo Dilma, o programa de Cisternas passou a reconhecer oficialmente as tecnologias sociais de acesso a água como beneficiárias de políticas públicas. A meta lançada já no início do programa, da construção de 1 milhão de cisternas, foi alcançada em 2014 e o programa ganhou vários prêmios no mundo todo, inclusive na ONU, que reconhece o programa de Cisternas como uma das melhores políticas públicas do mundo.

Lula inaugura cisterna em Lagoa Seca, na Paraíba, em 2003
Lula inaugura cisterna em Lagoa Seca, na Paraíba, em 2003

A seca é uma questão climática, mas não há justificativa para que um presidente não faça de tudo para reduzir seus impactos sociais. Por meio de várias políticas, que incluem por exemplo a obra da Transposição do Rio São Francisco, Lula e Dilma mostraram a diferença que é ter alguém que olha para o povo com carinho.

Nas campanhas de 1989 e 1994 eu dizia que a seca é um fenômeno da natureza, mas a morte de pessoas por conta da seca é um fenômeno da falta de vergonha na cara das pessoas que governavam este país. 

Lula em entrevista à Rádio Espinharas, de Patos, na Paraíba

O impacto da decisão de assumir esse compromisso vai muito além da tecnologia. Graças ao programa, houve redução na incidência de doenças de veiculação hídrica, como o risco de diarreia, que caiu em 73% dos beneficiados. Entre as crianças de 5 a 9 anos, o impacto foi ainda maior, de 84%. Com a saúde melhor, a frequência escolar das crianças aumentou 7,5%. A taxa de mortalidade infantil em decorrência de diarreia caiu até 70%, e os bebês começaram a nascer com peso ainda mais saudável.

Relembre no vídeo abaixo o impacto que as cisternas tiveram na vida dos moradores e moradoras de Quixadá, onde Lula esteve em 2017 na etapa nordestina das caravanas Lula pelo Brasil:

Bolsonaro abandona critérios e usa cisternas para comprar apoio

Bolsonaro chegou e a boa política acabou. Em 2020, o programa de cisternas chegou ao segundo pior patamar desde a sua criação. Apenas 8.310 cisternas foram construídas. Entre 2019 e 2021, , haviam sido entregues apenas 36,35 mil unidades, segundo projeção informada à Folha de S.Paulo pelo Ministério da Cidadania.

Esse foi o número mais baixo de entregas de cisternas de toda a história do programa. Oficialmente, o governo federal culpou a pandemia de covid-19 para esconder o que é, na verdade, falta de vontade política e de compromisso com o povo.

Pior: não há mais regras e critérios para o atendimento das famílias. Como tudo sob Bolsonaro é na base do toma lá, da cá com o Congresso, a distribuição passou a favorecer determinados parlamentares mais alinhados a Jair. Aqui, o escândalo se liga ao Bolsolão do Asfalto, já que trata-se de uma parceria com a Codevasf, peça-chave do caso.

Hoje, estima-se que 350 mil famílias estejam aguardando cisternas, informa a Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA). São 350 mil famílias que foram impedidas de acessar um direito humano básico e fundamental porque o governo só sabe governar com orçamento secreto.