Lula sobre a ONU: “Tudo o que eu quero é respeito”

Em entrevista ao comunicador Luiz Viana, da Rádio O Povo de Fortaleza, o ex-presidente explicou nesta terça (2) os motivos de ter recorrido ao Comitê de Direitos Humanos da ONU contra os abusos da Lava Jato. “Tudo o que eu quero é respeito, o mesmo respeito que merece qualquer cidadão, desde o mais pobre, deste país”, afirmou o ex-presidente.

A entrevista completa está no link ao final do texto.

Lula voltou a denunciar que o Brasil vive “uma espécie de estado de exceção”, com vazamentos seletivos de denúncias sem provas e desrespeito ao direito de defesa.  “Botam as denúncias nos jornais, sem provas, e esperam que a pessoa seja condenada pelas manchetes”, disse Lula.

“É muito importante combater a corrupção”, afirmou, referindo-se à Lava Jato. “Mas será que não seria possível combater a corrupção, fazer investigações sérias, sem condenar as pessoas primeiro?”

Lula criticou, sem citar nomes, o comportamento de setores da Polícia, do Ministério Público e até juízes que promovem julgamentos pela imprensa, comportando-se como acusadores. Referindo-se ao ex-senador Delcídio do Amaral, que negociou uma falsa acusação de obstrução de Justiça, em ação na Justiça Federal de Brasília, Lula afirmou: “É só olhar na cara ele para ver que está mentindo”.

Leia também: “O medo deles é o Lula ser candidato”

O ex-presidente lembrou que no governo dele e no governo da presidenta Dilma Rousseff foram criados os instrumentos legais e administrativos que, hoje, estão permitindo investigar e punir a corrupção e o desvio de dinheiro público. Citou, entre outros exemplos, a criação da Controladoria Geral da República, do Portal da Transparência, da lei que regulamenta a delação premiada.

Lula afirmou na entrevista estar convencido de que é possível reverter, no Senado, o golpe do impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff. “Os senadores precisam entender que não se pode tirar a Dilma sem que exista um crime”, afirmou. “Isso é péssimo para o Brasil, para a nossa democracia, para a juventude que está querendo entender se gosta ou não gosta da política”.

Na noite de segunda (1), Lula participou do lançamento da candidatura da ex-prefeita Luizianne Lins (PT) à prefeitura de Fortaleza (foto). “Meu primeiro partido foi o PT e se eu tiver de morrer num partido será no PT”, afirmou. Antes, Lula encontrou-se com o governador Camilo Santana e com os ex-governadores Ciro Gomes e Cid Gomes.

 

 

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