Em entrevista à TV Alterosa, retransmissora do SBT em Minas Gerais, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se posicionou contrário à privatização da Cemig e de outras empresas públicas, como a Petrobras, por serem rentáveis, estratégicas e centros de excelência técnica do Brasil.
A venda da Cemig, que atua em geração, transmissão e distribuição de energia, está nos planos do governador reeleito de Minas, Romeu Zema, assim como Jair Bolsonaro quer dilapidar o patrimônio público nacional, como já fez com a BR Distribuidora e com a Eletrobras.
“Sou contra privatizar a Cemig. Para que privatizar uma empresa rentável, que é centro de excelência como a Cemig? Para que privatizar, para pegar o dinheiro e gastar em que? Você vende, pega o dinheiro e consome no custeio. Daqui a cinco anos você não tem mais a Cemig, não tem o dinheiro também”.
Ao refutar também a ideia de vender empresas públicas federais, Lula disse que viajará o mundo em busca de dinheiro para investir no Brasil.
“Ganhando as eleições, vou viajar o mundo para tentar atrair para o Brasil capital, investimento direto, para fazer coisas novas aqui no Brasil. O que está feito não será vendido. Refinaria não será vendida. A Petrobras não será privatizada, Correio não será, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e tantas outras empresas importantes que a gente tem. Para que privatizar? Para o governador colocar em caixa R$ 50 bilhões, R$ 60 bilhões e gastar como Bolsonaro está gastando agora com as eleições?”, apontou Lula.
R$ 209 bi investimentos em Minas
O ex-presidente lembrou o legado dos governos petistas em Minas, com investimos da ordem de R$ 209 bilhões em obras de infraestrutura, em 13 anos, dos quais R$ 50 bilhões para fazer casas com o programa Minha Casa, Minha Vida.
“É duro dizer isso na terra de Juscelino Kubistcheck e de Tancredo Neves, mas talvez só Juscelino tenha colocado mais dinheiro em Minas do que eu coloquei”, afirmou, lembrando a parceria bem-sucedida que existia em seus governos, entre governos federal, estadual e municipal.
Jeito especial de fazer política
Lula disse que Minas tem expertise e um jeito especial de fazer política. “O mineiro nunca fala grosso, nunca tenta desrespeitar as pessoas. Sempre tenta conversar e, de conversa em conversa, vai ganhando e conquistando espaço”.
Ele lembrou com carinho de José Alencar, vice nos seus dois mandatos, a quem chamou de homem excepcional e figura humana extraordinária. “Com todo o respeito que eu tenho com todos os vices do Brasil, acho que ninguém conseguiu um vice da postura do José Alencar, da lealdade”, disse, afirmando que ele tinha atuação importante no governo. “Não era um vice coadjuvante, era quase um presidente”.