Lula: “A única coisa que não vale é a gente perder a esperança”

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“Minha mãe morreu analfabeta com 70 anos, mas nunca reclamava: ela sempre achava que no outro dia ia melhorar. Se eles acham que contando mentira a meu respeito vão me fazer abaixar a cabeça, eles não sabem o que é um nordestino que sobreviveu à fome com sete anos de idade”, disse nesta sexta-feira (4) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em um encontro com lideranças da Zona Sul de São Paulo.

Lula voltou a enfatizar a importância da retomada do otimismo para recuperar o país. “Se eu estou animado desse jeito, porque vocês vão desanimar? Nós aprendemos que esse país pode ser diferente, e já sabemos que nós podemos fazer diferente”, ponderou. O presidente estadual do PT, Luiz Marinho, também participou do encontro, que reuniu moradores, indígenas, entidades e empresários da região.

“Minha primeira casa com a Marisa tinha 33 metros quadrados. Morava eu, dona Marisa, a sogra e quatro filhos. Era assim que o pobre era tratado. Nunca consideraram que era papel do estado olhar pra essas pessoas. Porque o rico não precisa do estado pra dar água enganada, transporte, saúde”, relembrou Lula. “Pra ser justo, o Estado precisa olhar primeiro pra quem precisa mais. A mãe ama todos os filhos, mas se tiver um que esteja doente, o mais frágil vai ser aquele que vai receber mais atenção”.

Cortes no Orçamento

O ex-presidente também fez duras críticas ao atual governo e questionou os cortes aplicados pelo governo Temer. “Eles agora querem fazer economia, mas nunca cortando as coisas deles. O Temer acabou de gastar R$ 14 bilhões para se garantir no poder, que economia é essa? Em cima do feijão, dos direitos dos trabalhadores?”, indagou. 

“A gente colocou o pobre dentro da economia e ele deixou de ser problema e passou a ser solução. E o pessoal reclamava do Bolsa Família. É esmola pra quem dá gorjeta de R$ 90 depois que enche a cara de uísque. Pra uma mãe, você da R$ 100 e ela coloca comida na mesa para os filhos”, ressaltou Lula. “Foi a geração de emprego e o aumento de salário fez o pobre começar a gastar. Se eles não sabem como resolver o problema desse país, que deixem quem sabe resolver”, concluiu.