Meio ambiente e cultura devem ser discutidos de forma integrada

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O segundo dia do seminário “Desenvolvimento e Integração da América Latina” debateu mais uma série de temas cruciais para o processo de integração latino-americana. Temas como meio ambiente, cultura, democracia, integração financeira e social fizeram parte do debate.

Em diversos temas, o que fica claro é que a construção de políticas regionais parece ser essencial para um avanço ainda maior dos países. Esta reflexão apareceu no debate ambiental em que se destacou que os impactos dos problemas ambientais têm reflexos diretos em outras áreas, como a econômica e a social. Foi levantada de forma enfática a necessidade de reflexão conjunta sobre políticas ambientais e formas e relações de trabalho. Não adianta ter tratamento do lixo se crianças estiverem fazendo este trabalho, destacaram.

A necessidade de políticas regionais também fez parte do debate cultural. “A cultura não pode ser vista como um empecilho para o desenvolvimento integrado, mas como uma riqueza para ele”, destacou Martín Hopenhayn, diretor da Divisão de Desenvolvimento Social da CEPAL. O fato de os países latino-americanos serem majoritariamente deficitários no comércio de bens culturais também alimentou o debate. O diagnóstico é de que ações regionais poderiam promover produções regionais e ajudar na mudança deste quadro.

O papel dos bancos de desenvolvimento regionais também foi tema de debate. José Antonio Ocampo, ex-ministro da fazenda da Colômbia, destacou o papel importante destas instituições no financiamento de projetos a longo prazo. Os desafios do comércio regional utilizarem moedas próprias foi igualmente pauta de debate.

Na discussão sobre a integração social e laboral, Marcio Pochmann, presidente da Fundação Perseu Abramo, ressaltou que o investimento no social mostrou ser um caminho importante para o desenvolvimento nos últimos anos. As taxas de geração de emprego e de diminuição da pobreza e da desigualdade estão entre as melhore do mundo. O desafio proposto por Pochmann é o de continuar neste caminho e monitorar o avanço de indicadores.

O encontro contou ainda com uma mesa final em que a secretária-executiva da CEPAL expôs sobre democracia, igualdade e direitos humanos na América Latina.