Na noite de ontem, Bolsonaro falou por mais de 5 horas em um programa de entrevistas, superando em muito sua média de 7 mentiras por dia. O Mentiroso da República soltou quase uma centena de lorotas para o anfitrião do Flow Podcast. Durante a transmissão, a tarja “Lembre-se de pesquisar sobre tudo que for dito nesse programa” permaneceu fixada na tela. Nunca se fez tão necessária.
O UOL Confere listou o combo de mentiras proferidas. Sobre vacinas contra covid-19, sobre o colapso hospitalar de Manaus, sobre o processo eleitoral, sobre segurança pública e sobre cloroquina. Além de mentir, o que Bolsonaro faz é sempre tentar confundir, apontar falsas relações e defender falsas conclusões.
É assim que ele e o Gabinete do Ódio fazem, por exemplo, com as novas fakes, inventadas para criar falsos legados positivos da gestão Bolsonaro. Na segurança pública, passa pelo endeusamento dos clubes de tiro e por mentiras sobre “benefícios” do armamento da população civil. O bolsonarismo tenta emplacar a fake de que mais armas supostamente teriam baixado o número de homicídios no país. É mentira. Isso já foi desmentido antes: mais armas não reduzem homicídios. É uma relação inexistente para levar a uma conclusão falsa sobre um dado real. E teve mais.
No Flow, Bolsonaro mentiu à vontade
Como a imprensa destacou, da ditadura à eleição de 2018, Bolsonaro mentiu o quanto quis. Além de distorcer fatos do passado, também insistiu em suas teses conspiratórias atuais, como ao reiterar seus ataques ao judiciário e ao STF. A conversa teve mentiras absurdas, como ele dizer que água de coco na veia “salvou a vida de soldados em guerra”, mas foi essencialmente um show de desprezo pelo país.
O Mentiroso da República mostrou que não tem a menor ideia de qual deve ser o compromisso de um presidente. Questionado sobre o uso indiscriminado (e criminoso, já que oculta provas de ilícitos de sua gestão) dos sigilos de 100 anos, disse: “Não devo satisfação a ninguém”. Deve sim. A milhões de brasileiros. E vamos cobrar.
Obcecado com o ex-presidente Lula, Bolsonaro fez ataques mentirosos, insinuando que Lula não seria querido pelo povo. E, também no campo das obsessões, repetiu a mentira de que seria o criador do PIX.
A agência independente de checagem Aos Fatos agregou as principais mentiras do Mentiroso da República e lembrou que a conversa foi conduzida por Igor 3K, fundador do podcast ao lado de Monark, ex-sócio que deixou o programa após defender a existência de um partido nazista no Brasil. Abaixo, reproduzimos alguns trechos.
Mentiu sobre sua campanha em 2018.
Ao ser questionado sobre como chegou ao cargo de presidente, Bolsonaro engana ao dizer que não teve recursos de fundo partidário para a campanha de 2018. Partido pelo qual o presidente concorreu na última eleição, o PSL recebeu R$ 9.203.060,51 de Fundo Especial de Financiamento de Campanha.
Mentiu sobre os registros do Golpe Militar.
A Câmara dos Deputados confirmou que uma cópia física do jornal também está disponível no arquivo do Senado Federal. A resolução aprovada buscou “retirar o caráter de legalidade do golpe militar”, mas não determinou nenhuma exclusão dos registros históricos da sessão.
Mentiu sobre o Teto de Gastos.
A PEC 55/2016 entrou em vigor em 2017, durante o governo Michel Temer (MDB), que exerceu o cargo durante dois anos com a lei que estabelecia o teto de gastos já em vigência.
Mentiu sobre a apuração das eleições.
A apuração das eleições brasileiras é, sim, pública e não é feita dentro de uma sala-cofre, como afirma o presidente. Os dados das eleições são processados por um sistema interno do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e enviados para o site de divulgação de resultados de forma automática.
Mentiu que o STF o impediu de combater a covid.
O STF (Supremo Tribunal Federal) não retirou do Executivo o poder de conduzir ações para controlar a pandemia da Covid-19 no Brasil, como disse Bolsonaro. A corte entendeu, na verdade, que a União não poderia invadir as competências de municípios, de estados e do Distrito Federal.
Mentiu dizendo que as estatais estavam em déficit antes de ele assumir.
A declaração de Jair Bolsonaro é FALSA, pois as empresas estatais têm registrado superávit desde 2016.
E teve muito mais, infelizmente. Foram quase 6 horas de desserviço ao país, desrespeito aos mortos pela Covid, desinformação e mentiras sobre inúmeros temas. Bolsonaro tentou se passar por uma pessoa simpática, o que ele não é. Mostrou, apenas, que as três décadas de mentiras o transformaram em alguém dissimulado, falso e incompetente. Acima de tudo, indigno de presidir o Brasil.
O post Mentiroso da República no Flow: 5h20 de fake news saiu primeiro no Verdade na Rede.