O continente africano vive um momento extraordinário de crescimento aliado ao fortalecimento da democracia. Esse crescimento, no entanto, enfrenta ainda grandes desafios, numa tarefa compartilhada com parceiros tradicionais e recentes, entre eles o Brasil. A convite do governo britânico, um dos países mais fortemente ligados à história da África, o conselheiro do Instituto Lula Franklin Martins debateu com o ministro de Relações Exteriores do Reino Unido, William Hague e o embaixador da Nigéria no Brasil, Adamu Emozozo, as possibilidades de cooperação triangular entre Brasil, Reino Unido e África.
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“A África é um continente de extraordinárias possibilidades, pulsando para jogar um papel extraordinário no mundo”. A frase de Franklin Martins resume bem o espírito do debate. O ministro William Hage citou projetos nos quais Brasil e Reino Unido já trabalham juntos e se também referiu às parcerias no âmbito do Programa de Aquisição de Alimentos – África. “Só no ano passado, mais de 100 mil crianças foram alimentadas na África graças ao trabalho conjunto de Brasil e Reino Unido”. Hague elogiou a experiência brasileira no comando de forças de Paz da ONU no Haiti e agora com a nomeação de um general brasileiro para chefiar as tropas de Paz na República Democrática do Congo. Ele Elogiou também o enorme aumento da corrente comercial entre Brasil e África na década entre 2002 e 2012. Para o ministro britânico, Reino Unido e Brasil devem ampliar sua cooperação com países africanos em prol da estabilidade, da boa governança e do crescimento econômico na região. O embaixador da Nigéria, Adamu Emozozo, contou que as conquistas em desenvolvimento e democracia vividas hoje no continente jamais poderiam ser imaginadas três décadas atrás. E lembrou do importantíssimo papel que parceiros tradicionais, como o Reino Unido tiveram durante toda a história do país, e mostrou seu contentamento com novos parceiros, como o Brasil, que também estão cooperando para a superação dos desafios locais.
O embaixador Sergio Amaral foi o moderador do seminário “Cooperação Brasil – Reino Unido: Prosperidade e Desenvolvimento no Continente Africano”, que contou ainda na plateia com as presenças dos embaixadores de Angola, Nelson Cosme, da África do Sul, Mphakama Mbete, e Alexis Ellis, da Grã-Bretanha do ex-ministro Rubens Ricúpero, além de alunos do curso de relações internacionais e comunicação da Faap.
“Os projetos de parceria com a África não devem ser vistos como esmolas, nem como ajuda particular, mas como uma aposta no crescimento e no desenvolvimento”, completou o ex-ministro de Comunicação Social no governo Lula. Franklin lembrou que o Instituto Lula, a União Africana e a FAO fizeram em julho do ano passado um seminário para discutir a erradicação da fome na África até 2025. Esse gerou um documento com uma série de medidas para combater a fome, medidas essas que passavam pela geração de renda, transferência de tecnologia e também pela ampliação do comércio intra-africano. No início deste ano, na 22ª Sessão da Conferência de Chefes de Estado e de Governo, os líderes africanos aprovaram essas medidas e se comprometeram com uma África livre da fome até 2025.
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