O delator Augusto Ribeiro de Mendonça Neto prestou depoimento na 13° Vara Federal de Curitiba, nesta segunda-feira (22), e voltou a se negar a falar a respeito do acordo que realizou com autoridades de outros países para contribuir com investigações feitas no estrangeiro sobre a Petrobras e outras empresas brasileiras.
A decisão do depoente em não responder às perguntas a ele formuladas, mesmo estando obrigado por lei a responder com a verdade a tudo que lhe fosse perguntado, gerou protestos dos advogados de defesa presentes na audiência. O juiz Sérgio Moro, porém, ignorou os protestos e permitiu que a testemunha se calasse sobre o assunto, alegando que era necessário respeitar a confidencialidade do acordo assinado por Mendonça com autoridades estrangeiras.
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Durante o depoimento, o ex-executivo afirmou que as principais obras contratadas nos últimos anos pela Petrobras foram realizadas por meio de contratos licitatórios fraudulentos, em que as empresas concorrentes entravam em acordo e decidiam qual seria a vencedora em cada empreitada.
Outro depoente desta segunda-feira foi Dalton Avancini, ex-executivo da Camargo Corrêa, que também participava de reuniões com representantes de outras empreiteiras para combinar preços e vencedores em processos licitatórios promovidos pela Petrobras.
Diferentemente de Mendonça Neto, Avancini falou a respeito de uma proposta de acordo feita por autoridades do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que ele teria rejeitado. “A proposta dos americanos (de colaboração com a justiça daquele país) chegou aos meus advogados, mas nós não nos interessamos por ela”, disse.