Pela primeira vez na história do país, uma multidão de trabalhadores e trabalhadoras se reuniu, nesta quarta-feira (15/08), em Brasília, para acompanhar o registro de uma candidatura. Logo após a comitiva ter protocolado o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidato à Presidência da República no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Fernando Haddad, porta-voz do ex-presidente e candidato a vice em sua chapa, comemorou o registro e garantiu à militância que o Partido dos Trabalhadores não arredará os pés das ruas até que Lula seja reconduzido ao Palácio do Planalto. O ato em frente ao TSE reuniu 50 mil pessoas, entre participantes da Marcha Nacional Lula Livre, movimentos sociais de todo o país e demais apoiadores da candidatura.
“Nós temos uma tarefa importante a partir de agora. Eu não gostaria de estar aqui hoje sem o presidente Lula. Eu gostaria que ele estivesse aqui com a gente, mas nós sabemos de toda a armação que foi feita contra ele. Depois do golpe, eles tinham um grande problema, que era Lula estar solto. Mas nós vamos percorrer esse país de ponta a ponta e fazer do Lula presidente de novo”, disse Haddad, momentos antes de ler uma carta do ex-presidente aos seus apoiadores.
A presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, destacou que o registro da candidatura de Lula significa uma grande vitória política. “É um dia histórico para nós, a despeito daqueles que deram o golpe, que tiraram os direitos do povo, dos que perseguem o presidente Lula. Estamos aqui com o povo brasileiro, com os movimentos sociais de todos os estados, com os partidos que fazem parte dessa coligação e com nosso candidato à vice-presidência, Haddad, para dizer para eles que nós não temos medo, que acreditamos na caminhada do povo brasileiro. Lula é um preso político, a maior liderança política do Brasil”.
A deputada federal Manuela d’Ávila (PCdoB) convocou a militância para sair às ruas em nome do maior líder político desse país. “Amanhã é dia de botar o bloco na rua. Amanhã é dia de cada um de vocês ser Lula, ser Haddad, ser o Brasil Feliz de Novo. Amanhã é o dia de mostrar como vamos vencer a eleição. E vamos vencer conversando com o povo brasileiro, com as mulheres que sabem que Lula foi o melhor para o povo brasileiro”.
Falando à multidão, a presidenta eleita Dilma Rousseff disse que a única coisa que os golpistas conseguiram fazer com o Brasil foi impor uma política de retrocessos, com perda de direitos, com aumento da mortalidade infantil e do desemprego. “Aqui estamos nós, inteiros, de pé, depois de um golpe em 2016. Eles achavam que iam nos destruir. Achavam que nós não iríamos resistir, mas nós ficamos de pé, como o povo brasileiro, corajoso, que enfrenta todas as adversidades. Enfrentaremos esses golpistas, porque queremos acabar com o retrocesso dos direitos sociais. Lula Livre representa a volta da democracia. Lula candidato representa a volta da democracia”.
Também participaram do ato político lideranças de movimentos sociais e governadores, entre outras personalidades. Wellington Dias, governador do Piauí, lembrou a importância de que todos os militantes dialoguem com a população sobre a candidatura de Lula. “Nós queremos um Brasil Feliz de Novo. Eu quero esse país olhando para os que mais precisam. Quero esse país presidido por Luiz Inácio Lula Silva”, disse Wellington.
Movimentos sociais
Raimundo Bonfim, coordenador da Central de Movimentos Populares, fez questão de ressaltar para a multidão que eles representavam o povo, que nunca aceitou o golpe que foi dado no país. “Aqui está a representação do povo brasileiro. As mulheres estão com Lula, os negros e negras estão com Lula. A juventude está com Lula. Os sem-teto, sem-terra, a classe trabalhadora está com Lula. Lula Livre, Lula Inocente, Lula Presidente!”, disse a liderança da CMP.
O teólogo Leonardo Boff lembrou que quando esteve com Lula, em Curitiba, o ex-presidente afirmou que é candidatíssimo. “Eu estive com Lula. Nós nos abraçamos e ele, chorando, disse que tem saudade do povo, que não consegue viver sem o povo. Ele está naquela solitária só esperando a hora de fazer muito mais casas, escolas e universidades”.
Representando sindicalistas internacionais que vieram ao Brasil apoiar o registro da candidatura de Lula, Tefere Gebre, vice-presidente da Federação Americana do Trabalho e Congresso de Organizações Industriais (AFL-CIO), dos EUA, falou durante o ato. “Estou aqui representando 12 milhões de trabalhadores dos EUA, estou aqui para dizer a vocês que hoje todos somos Lula. Eles podem nos deter, eles podem tentar nos intimidar, mas eles não podem deter nosso espirito de Lula. Estamos aqui hoje em solidariedade a vocês. Até que Lula esteja livre, até que o Brasil esteja livre e o mundo esteja livre”.
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