No Maranhão, Lula defende diálogo com todas as correntes, contra a polarização

Compartilhar:

“Não pergunto se é de direita ou de esquerda, pergunto o que pensa para o Brasil, do desemprego e da fome” disse o ex-presidente

Em coletiva de imprensa no segundo dia de agenda em São Luís (MA), nessa sexta-feira (20), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu conversas amplas com todas as correntes políticas, em busca de solução para os problemas do Brasil. Lula reforçou que não existe no Brasil polarização entre dois extremos, mas sim entre o fascismo e a democracia. Ele afirmou ser urgente cuidar do povo brasileiro que está passando fome.

O ex-presidente reafirmou seu compromisso de restaurar os direitos do povo brasileiro. “Nós vamos fazer mais universidades, mais escolas técnicas, mais ensino fundamental de qualidade. Eu quero governar esse país para favorecer o povo brasileiro”, disse, afirmando ser possível voltar a gerar milhões de empregos.

Questionado sobre as conversas políticas que vem mantendo em todos os estados que visita nesta viagem ao Nordeste, Lula reafirmou que “vai conversar com todo mundo”. “O que eu quero conversar com os partidos? Eu quero saber o que cada pessoa pensa do futuro do Brasil, qual o compromisso que pensa para o Brasil. Quero saber se todos os partidos estão conformados com a quantidade de gente que está na rua, que está desempregada e passando fome, se estão conformadas com o crescimento da pobreza e a possibilidade de crescimento da pandemia outra vez”, afirmou, acrescentando: “Eu não pergunto se a pessoa é de direita ou de esquerda, eu pergunto se é ser humano, se é civilizado”.

Lula disse que a única coisa que não aceita é a ideia de criar uma terceira via para tentar evitar uma polarização dos extremos. “Não temos uma polarização de extremos. Temos um lado que é o fascismo e o outro lado que é a democracia. Quem quiser a democracia, vai se juntar a nós”, disse, defendendo a necessidade de debater, argumentar e convencer a sociedade

Na coletiva, o ex-presidente disse que vem tentando lembrar a imprensa brasileira que o Centrão não é um partido político, mas sim a união de legendas criada na Constituinte de 87, para juntar a direita e evitar que os parlamentares progressistas continuassem avançando nas conquistas sociais. “Eles agora se juntaram para tentar salvar o Bolsonaro, mas nem o Centrão vai conseguir salvar o Bolsonaro, porque ele é ingovernável, ele não é razoável do ponto de vista psicológico, ele não respeita as pessoas que conversam com ele, ele não se dirige a ninguém”, afirmou, concluindo que Bolsonaro irá perder apoios políticos até o próximo ano.

Regulamentação da mídia

Questionado sobre uma “reforma na comunicação”, Lula fez uma autocrítica, afirmando que os governos do PT não trataram a regulação da comunicação como deveria ser tratada. Ele lembrou que no último ano do seu governo foi realizada a Conferência Nacional de Comunicação, mas o projeto não foi levado ao Congresso. “Ou a gente faz um novo Marco Regulatório para a comunicação no Brasil ou a gente vai continuar sendo vítima da espoliação de meia dúzia de famílias que mandam na comunicação brasileira. É preciso haver uma regulamentação”, disse, citando como exemplo o modelo de marco regulatório da imprensa inglesa e alemã. “A gente quer uma coisa bem democrática”, disse.