Em entrevista, Lula defende política de inclusão social

Compartilhar:

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta segunda-feira (15), em entrevista coletiva no Parlamento Europeu, em Bruxelas, as políticas de inclusão social que foram marcas de seu governo.  Para Lula, o Brasil tem hoje um governo que não sabe governar e, por isso, adota a política de vender tudo e desestruturar o Estado brasileiro. O ex-presidente citou o programa Bolsa Família, que foi anulado por Bolsonaro para dar lugar a um projeto unicamente eleitoral. 

“Nós não temos outra coisa a fazer a não ser reconquistar a democracia para o povo brasileiro. Vamos provar que é possível resolver os problemas do povo pobre. Foi esse milagre que nós fizemos no Brasil e vamos voltar a fazer uma grande e forte política de inclusão social”. 

Para Lula, essa desestruturação atual do país é pensada e arquitetada. “O Bolsonaro é uma cópia mal feita do Trump. Ele não entende de nada. O  sonho dele é desfazer cada coisa que nós criamos”, disse, lembrando que Bolsonaro anunciou há poucos dias o fim do programa Bolsa Família, o programa de maior resultado de inclusão social no mundo, reconhecido internacionalmente.

O ex-presidente afirmou que a destruição existe porque a extrema direita não pensa no povo trabalhador, não pensa em nada que não seja a ganância e o processo de desestruturar o Estado brasileiro. “Nós temos hoje um governo que, como não sabe governar, se pudesse, venderia tudo”.  

Para Lula, estamos vivendo, e não apenas no Brasil, uma situação extremamente delicada. “O discurso do Estado Nacional, feito pelo Trump, dizendo os Estados Unidos para os americanos, está acontecendo em outras partes do mundo, com o fascismo e a extrema direita. O Bolsonaro representa hoje uma peça importante na extrema direita fascista, nazista”, disse.

 Lula lembrou que o país conheceu, no seu governo, a maior política de inclusão social da sua história. “Nosso povo mais humilde voltou a comer, o Brasil saiu do mapa da fome, reconhecido pela ONU em 2014. Quando o mundo desenvolvido permitiu que 100 milhões de pessoas ficassem desempregadas na crise financeira de 2008, nós criamos 22 milhões de empregos formais. Nós conseguimos uma ascensão social que foi a maior da história do Brasil. Isso está sendo desestruturado”. 

O ex-presidente citou a destruição da Petrobras, que era mais que uma empresa, era uma fomentadora da pesquisa e desenvolvimento brasileiro. “Eles estão vendendo parte da empresa e agora querem tentar vender os bancos públicos, o maior banco de investimentos da América do Sul, o BNDES”.

A presidente do grupo social democrata no Parlamento Europeu, Iratxe García Pérez, disse que o objetivo da conferência de alto nível realizada hoje é para estreitar a relação com a esquerda latino americana. “É necessário que haja mudança no Brasil e, por isso, as próximas eleições são cruciais. É importante acabar com o governo Bolsonaro, que coloca em risco a democracia”, disse, lembrando que Bolsonaro teve uma postura negacionista criminosa durante a pandemia. 

Solidariedade

O ex-presidente Lula agradeceu a solidariedade que as forças políticas democráticas  e progressistas dedicaram ao Brasil na luta contra o impeachment da presidente Dilma e na perseguição política que o levou a ficar 580 dias preso, enquanto Bolsonaro era eleito presidente do Brasil. “Eu quero agradecer porque não faltou solidariedade aqui no Parlamento Europeu”, disse. 

Ao falar de solidariedade, Lula lembrou que, quando estava preso, por 580 dias ele recebia o cumprimento das pessoas na Vigília Lula Livre, em Curitiba. “Aquilo era uma espécie de alento, de motivação para que a gente continuasse animado para a luta que viria acontecer no Brasil. Eu estou livre, o juiz  que me processou está sob suspeição porque ele mentiu no julgamento, ele fez um julgamento político”, afirmou o ex-presidente.

Acompanhe outros trechos da entrevista de Lula:

Acompanhe a íntegra da entrevista: