Acuada pelas graves revelações de que atuou fora da lei, para dar o golpe do impeachment e prender Lula, a Lava Jato apela mais uma vez para acusações falsas contra o ex-presidente. Este é o sentido claro da denúncia sem provas apresentada hoje (09.09) contra Lula e um de seus irmãos, o companheiro Frei Chico, pelos procuradores da Lava Jato em São Paulo
A defesa de Lula já demonstrou a parcialidade e a inépcia dessa denúncia, que de nova tem apenas a data. Mais uma vez acusam Lula sem apontar os atos que teria praticado, os tais “atos indeterminados” ou seja, acusam para fabricar manchetes em mais uma farsa judicial. E falam em suposta corrupção num período em que Lula não estava mais no governo, não podendo, portanto, ser acusado de crimes exclusivamente típicos de servidor público. Ignoram testemunhas da defesa e provas de inocência, como sempre.
É um atentado ao direito de informação o comportamento dos grandes veículos de imprensa e TV – com uma exceção que confirma a regra – diante de mais este crime contra Lula e contra o estado de direito. Escondem a sujeira de Sérgio Moro, Deltan Dallagnol e seus cúmplices, confirmadas por jornalistas que analisaram suas conversas secretas, e abrem manchetes para mais um amontoado de mentiras.
O flagrante abuso de autoridade, a agressão ao estado de direito e a repetida denunciação caluniosa constituem crimes continuados por parte dessa organização politica que há muito deveria estar respondendo aos órgãos de controle interno do Ministério Público e à própria Justiça. Quando mais esses abusos permanecem impunes, mais se fragilizam o MP, o Judiciário e a democracia no país.
Chega de arbitrariedade, chega de injustiça, chega de mentiras e de impunidade para os crimes da Lava Jato e de seus cúmplices! A sociedade brasileira quer reencontrar a paz, restaurar o estado de direito democrático, reconstruir o país, e isso só será possível quando for reconhecida a parcialidade de Moro e dos procuradores, quando for anulada a farsa judicial contra Lula e ele tiver um julgamento justo.
Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT
São Paulo, 9 de setembro de 2019