Em seu discurso na plenária popular em Juiz de Fora (MG), na tarde de hoje, 11, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar o governo pelas centenas de milhares de mortes durante a pandemia de Covid-19. Além de valorizar o SUS e seus trabalhadores, ele falou que, se estivesse no cargo, suas políticas de enfrentamento seriam diferentes.
“Num governo meu, não teriam morrido 660 mil por causa da Covid. Eu vou dizer para vocês, quando eu era presidente, surgiu a gripe H1N1, em três meses a gente vacinou 83 milhões de pessoas. O país tem cultura de vacina, mas tratavam o SUS como se não valesse nada, a televisão só mostrava desgraças. Veio a pandemia e começaram a enxergar o valor do SUS e dos funcionários do SUS, que trabalham com salário baixo mas se dedicaram contra a vontade do governo, contra a vontade desses negacionistas, para salvar o povo”, declarou.
Para Lula, a demonstração da falta de compaixão do presidente Jair Bolsonaro, que chamou a doença de “gripezinha” e diversas vezes fez piadas de mau gosto com o sofrimento dos brasileiros, foi o que gerou a tragédia no Brasil, país com o segundo maior número de mortos e terceiro maior de contaminações pelo coronavírus.
“Um presidente da República que, durante dois anos de pandemia, não teve uma lágrima nos olhos por causa das mulheres, homens e crianças que morreram neste país. Ele não se importava com a morte, mesmo que fosse parente dele, ele dizia que se fosse tomar vacina ia virar jacaré. Um presidente responsável não faria isso, teria reunido os governadores, os institutos de pesquisa, os cientistas brasileiros, os prefeitos e decidido: nós vamos vacinar 215 milhões de brasileiros em tempo recorde. Mas ele não discute a saúde do povo”, criticou.