O interesse internacional crescente pelas políticas públicas brasileiras que estão impulsionando a distribuição de renda e levando o país a reduzir a pobreza atesta o sucesso da experiência do Brasil em políticas de proteção social. Somente em 2015, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) recebeu 61 delegações de 40 países. As missões vieram predominantemente de países da América Latina (40%) e da África (35%). E representantes de Armênia, Camboja, Grécia, Holanda e Suíça foram pela primeira vez recebidos pelas equipes do ministério.
Os programas sociais responsáveis pela superação da fome e da miséria mais procurados pelas delegações estrangeiras são o Bolsa Família, o Plano Brasil Sem Miséria, o Cadastro Único, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e as tecnologias sociais de acesso à água, como as cisternas. A África, por exemplo, se inspirou para desenvolver o PAA África, para comprar alimentos produzidos pela agricultura familiar. A iniciativa hoje está presente em cinco países daquele continente: Etiópia, Níger, Moçambique, Malauí e Senegal.
“Mostramos que conseguimos comprar produtos da agricultura familiar fortalecendo esse segmento, oferecendo produtos de qualidade e melhorando a alimentação daqueles que são atendidos pelas compras públicas. A experiência brasileira ajuda a encontrar caminhos que fortalecem a segurança alimentar através do apoio a agricultura familiar”, destaca o secretário Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, Arnoldo de Campos.
Em torno do tema da fome e da insegurança alimentar, da possibilidade concreta e da urgência ética de sua superação, que o Brasil começou a desenhar importantes programas de combate à pobreza. No ano passado, o tema foi debatida na Itália, durante o Seminário Internacional Políticas Sociais para o Desenvolvimento – Edição Especial “Brasil: Superar a Fome é Possível”. O encontro foi realizado no Pavilhão Brasil, na Expo Milão 2015.
O conhecimento acumulado do governo brasileiro também chamou a atenção da diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, assim como do chefe de Operações do Banco Mundial, Sri Mulyani Indrawati, e do diretor regional da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para América Latina e Caribe, José Manuel Salazar-Xirinachs. Em 2015, eles se reuniram com o MDS para conhecer os resultados dos programas e ações que levaram à redução da pobreza e da desigualdade.
O sucesso das políticas brasileiras de proteção social ainda levou o Brasil a sediar uma das experiências de plataformas virtuais de conhecimento promovidas pelo Banco Mundial, a World Without Poverty (Mundo sem Pobreza). A iniciativa elabora documentos e produz material multimídia sobre o desenho, a implementação e os instrumentos inovadores de gestão de diversos programas e ferramentas sociais, e possibilita o compartilhamento, com o resto do mundo, de lições extraídas da experiência.
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