“Esse país está precisando de vocês. Tem que ter representante da juventude vereador, deputado, senador, quero ver vocês na Presidência. Quero ver a juventude tomar o destino dessa nação”, disse o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste domingo (3) em discurso a uma plateia com milhares de jovens em Teresina, no Piauí. Mais uma vez, Lula voltou a cobrar dos jovens participação nos rumos do país.
“Eu já tenho 71 anos, até poderia desanimar. Poderia ficar numa cadeira de balanço vendo a vida passar, já vocês não. E também quem não morreu de fome com cinco anos não vai desistir jamais”, declarou o ex-presidente. Lula chamou os jovens a participarem do debate público no Brasil e relatou a distância entre a militância na sua época de juventude e a oportunidade aberta aos jovens de hoje em dia.
“Quando eu era jovem, a gente sabia que filho de pobre não podia fazer faculdade. Então a gente sonhava com ensino básico e curso técnico. Na cabeça da elite que governou esse país por 500 anos, pobre não nasceu pra estudar. Nasceu pra trabalhar”, relembrou. “Mas nós mudamos a cara da universidade. Daqui a pouco vamos mudar a cara dos consultórios médicos, de dentistas, escritórios de engenheiros. E nós não tiramos nada de ninguém. Apenas colocamos o filho do mais pobre para disputar vaga com os mais ricos”, emendou.7
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Lula destacou a cultura do atraso perpetuada nos governos que antecederam sua gestão à frente da Presidência e reforçou a importância do retorno da democracia para conter a perda de direitos promovida pelo atual governo de Michel Temer. “O Brasil foi o último a abolir a escravidão, o último a proclamar a independência e o último país da América do Sul a ter uma universidade”, ressaltou. “E esse país só vai sarar quando tiver novamente um presidente eleito, com credibilidade”.
“Nós começamos a mudar e é por isso que tem muita gente que não gosta da gente. Daqui a pouco vai ter gente da periferia no Ministério Público. Por isso, jovens, levantem a cabeça e vamos à luta. Mais valem as lágrimas de uma derrota do que não ter participado da luta”, finalizou. A caravana agora segue para a cidade de Timon, no Maranhão.