Em entrevista ao vivo na manhã de hoje, 23, para a Rádio Difusora de Manaus (AM), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou sobre as alternativas para concluir um projeto importante para o estado do Amazonas e para a região Norte: a conclusão da BR-319, que liga Manaus a Porto Velho, capital de Rondônia. Para Lula, é necessário conciliar a preservação ambiental e das terras indígenas e o desenvolvimento na região.
O ex-presidente afirmou ser possível retomar a conclusão da estrada e ampliar a infraestrutura da região, mas por se tratar de uma área estratégica, por conta da necessidade da preservação ambiental e do cuidado com as populações indígenas, é importante que tudo seja feito de maneira responsável e com intensa participação das administrações estaduais. Ele destacou que, se não tiver compromisso com a sustentabilidade, melhor não fazer.
“Eu era favorável que se apresentasse um projeto, primeiro, de preservação ambiental, porque a estrada já tinha existido um tempo, já tinha funcionado. Se você levar em conta a preservação ambiental, você pode construir. Não tem nada que a gente não possa fazer, se fizer com responsabilidade, se tomar os cuidados necessários, e aí você tem que ter o compromisso de ter fiscalização”, afirmou o ex-presidente, lembrando a importância da estrada para o crescimento econômico e social da região. “O que não é possível é a gente ficar impedindo o desenvolvimento de determinadas regiões. Essa ligação entre os estados é muito importante para o desenvolvimento, ajudaria o crescimento tanto de Rondônia quanto do Amazonas”, ressaltou.
O ex-presidente reforçou que tanto o governo federal quanto os dois estados têm que assumir a responsabilidade da preservação e da fiscalização, para que o projeto possa ser concluído. “Se for para construir a estrada para abandonar as terras indígenas ao deus dará, para abandonar o cuidado com a floresta, é melhor não construir. Mas se você tiver responsabilidade envolvendo os estados, envolvendo o governo federal, a gente pode construir essa estrada, ajudar o desenvolvimento e continuar ajudando as terras indígenas e preservando a floresta amazônica”, disse o ex-presidente.
Fortalecimento do Amazonas
Para reforçar o compromisso com o Amazonas, Lula lembrou que o estado, por meio do fortalecimento e ampliação da Zona Franca de Manaus e de diversos outros investimentos e programas, recebeu uma atenção especial durante os governos petistas, que não se repetiu após o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff.
“É só olhar o que o PT fez para o estado do Amazonas e o que fizeram com o Amazonas depois do golpe na Dilma. Você vai ver que eles não fizeram nada, o máximo que fizeram foi inaugurar alguma coisinha que o PT começou. Porque o Minha Casa Minha Vida, eles não fizeram nada para colocar no lugar, inventaram um nome de Casa Verde e Amarela, que não fez nada. Não fizeram nada de água potável encanada, foi tudo feito no meu mandato, as escolas foram feitas no meu mandato, as escolas técnicas, o gasoduto, foi tudo no mandato”, declarou.
Para Lula, a Zona Franca de Manaus é “intocável” no contexto de uma possível reforma tributária. “Nós já tínhamos prorrogado por 10 anos e a Dilma prorrogou por 50 anos para manter os benefícios da Zona Franca, para que possa atrair mais empresas, gerar mais empregos, pagar mais salários e melhorar a vida do povo trabalhador do Amazonas”, reforçou o ex-presidente.
Ao longo dos 13 anos dos governos Lula e Dilma, 109 mil famílias amazonenses foram beneficiadas pelo Luz Para Todos. O Minha Casa Minha Vida entregou 21 mil moradias no estado e o Bolsa Família chegou a atender mensalmente 372 mil famílias. Ao todo, 113 novas Unidades Básicas de Saúde (UBS) foram construídas ou contratadas e outras 244 foram ampliadas ou reformadas. Além de obras importantes de infraestrutura como o Linhão de Tucuruí e o Gasoduto Coari-Manaus.
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