“Devemos lembrar que são pessoas, não números. Mais importante do que a declaração de uma emergência de saúde pública são as recomendações do comitê para impedir a propagação do vírus”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Apesar disso, o ex-ministro da Saúde e deputado federal Alexandre Padilha (PT) não considera que seja um momento para pânico e avalia que, apesar do desmonte praticado pelo presidente Jair Bolsonaro, o Brasil está preparado para a eventual chegada do Coronavírus.
“Bolsonaro despreza diariamente o Sistema Único de Saúde e os organismos multilaterais como a OMS. Mas é exatamente a capacidade de fusão e articulação entre a agência da ONU e o que construímos ao longo de uma década no SUS que podem evitar uma tragédia do coronavírus no Brasil similar ao que aconteceu na China”, explica.
O parlamentar reitera que “com os casos anteriores, o Brasil se preparou, tanto do ponto de vista da vigilância, quanto do ponto de serviços para cuidar das pessoas com problemas respiratórios. Apesar de todo o ataque e desmonte praticado pelo governo Bolsonaro, tem uma resiliência de capacidade técnica, de atendimento. O Brasil tem um corpo técnico e estruturas hospitalares para lidar com essa situação”.
Os casos anteriores a que Padilha se refere são a epidemia de Sars – gripe aviária –, em 2002, que também se disseminou a partir da China, teve pouco mais de 8 mil casos confirmados e causou 774 mortes ao redor do mundo. E a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers, na sigla em inglês), que surgiu a partir da Arábia Saudita, causou 858 mortes, em 2012. Esta é o terceiro surto de Coronavírus em 18 anos, o que chama atenção para a capacidade de mutação do vírus, na opinião dele.
O ex-ministro, por fim, espera que “todos os profissionais de saúde do Brasil, da rede pública ou da rede privada, têm de estar preparados para cumprirem com seus papéis. Se receber qualquer pessoa que tenha circulado nos últimos 14 dias em área de transmissão, tem de fazer a suspeita imediata, os mecanismos de bloqueio e encaminhar as amostras laboratoriais para o SUS para que, com as informações que tivermos, possamos conter a transmissão do vírus” .
Até então, são 7.818 casos confirmados pelo mundo, sendo 7.736 na China. São 170 mortes devido à infecção.
Da Redação da Agência PT de Notícias