Aconteceu nesta terça-feira (24), em São Paulo,
o “Seminário Brasil e Norte da África: oportunidades para o agronegócio e a
segurança alimentar”. Ele foi realizado pelo Instituto Brasil –
África, com patrocínio do BNDES e apoio da Fiesp, do Centro de
Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos, do Ministério
das Relações Exteriores, da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, do
NEPAD, da empresa Brasafic e do Instituto Lula.
O diretor
para a África do
Instituto Lula, Celso Marcondes, participou de uma das mesas de trabalho
e afirmou que é muito bom que o Brasil continue divulgando suas
experiências de combate à fome e à miséria e fortaleça suas parcerias
comerciais com o continente. “A África é o continente do século XXI. O
mundo inteiro está entendendo isso e o desenvolvimento do continente não
vai
parar. Os africanos olham para o Brasil com uma expectativa de ação
comum muito grande”.
Celso
iniciou sua apresentação contando que estreitar
as relações entre o Brasil e África é um dos focos principais do
Instituto Lula. “O apoio à luta dos africanos para acabar com situação
de insegurança alimentar que atinge quase um quarto dos seus habitantes é
a nossa principal motivação”, afirmou. “O continente precisa de uma
combinação sadia, consciente e organizada de ações que apoiem e expandam
a agricultura familiar e o agronegócio. O Brasil é uma referência neste
setor e deve trabalhar junto com os africanos para que se tornem
autossuficientes na produção de alimentos”, completou.
Segundo Paulo Roberto Araujo, chefe do escritório de representação
do BNDES na África, sediado em Joanesburgo, na África do Sul, “há uma gama de desafios que temos
que enfrentar para financiar operações na África e por isso o governo
brasileiro está presente lá. Esperamos que os acordos comerciais e a cooperação
não-financeira aumentem”, disse. Ele falou ainda sobre as alternativas de
financiamento da mecanização da agricultura na África e fez uma apresentação
sobre a atuação do BNDES no continente.
Já Rafael Benke, consultor Internacional, em sua exposição falou sobre experiências brasileiras na
exportação de serviços de infraestrutura e afirmou: “o governo Lula teve um
sucesso gigantesco na aproximação dos dois continentes e o Instituto Lula tem o
mérito de ter continuado este trabalho depois do fim do governo”.
O
encontro foi aberto pelo presidente do Instituto Brasil – Africa, o
professor João Bosco Monte e pelos diretores da Fiesp, Antonio Fernando
Bessa e Newton de Melo.
A
conferência inicial foi proferida pelo embaixador Hadil Fontes da Rocha
Vianna, subsecretário-geral de Cooperação, Cultura e Promoção Comercial
do Ministério das Relações Exteriores. Ele destacou em sua apresentação
os avanços obtidos pelo governo brasileiro em suas ações de cooperação
no continente no ultimo ano, sobretudo com a implementação do Programa
Mais Alimentos Internacional e do Programa de Aquisição de Alimentos
África, o primeiro já implementado em cinco países africanos e o segundo
em quatro.
Representantes
de cinco países do Norte da África fizeram suas apresentações sobre as
oportunidades que se abrem em seus países neste momento de crescimento
da África e deixaram claro que todos querem ainda mais parcerias com o
Brasil.
O
Sudão foi representado no seminário pelo seu ministro da Agricultura,
Pecuária e Irrigação, Mudathir Abdeighani Hassa e a Tunísia pelo diretor
geral da sua agência de promoção de investimentos na agricultura,
Abderrahmane Chafil. Também participaram das mesas os embaixadores Larbi
Moukharik, Abdellahi Bah Nagi e Hossan Eldin Mohamed Zaki,
respectivamente do Marrocos, da Mauritânia e do Egito.
Também
participaram das mesas de trabalho três executivos de empresas com
interesses na África: Flávio Eduardo Vieira de Barros Castelar,do
Arranjo Produtivo Local do Álcool; Lucas Gutierrez, da Agrícola Formosa e
Karim Sebti, da Atlas Olive Oils SARL, do Marrocos.
O
seminário também contou com as contribuições do chefe do escritório da
Embrapa na África, Erick Schaitza, da chefe de programas do Centro de
Excelência contra a Fome, Christiani Buani, do diretor-geral da Câmara
de Comércio Árabe Brasileira, Michel Alabye e do diretor regional do
Instituto Brasil – África, Alexandre Trabbold.
O
encerramento foi feito pelo professor João Bosco Monte. Ele aproveitou
para já convidar os presentes para o próximo seminário do Instituto
Brasil – África, que será realizado no mês de novembro, em Recife, e
terá como foco a produção de energia, outro tema capital para o
desenvolvimento africano.
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