Antonio Palocci depôs hoje na Justiça Federal em uma ação contra Lula sobre a compra dos caças suecos no governo Dilma Roussef.
Palocci foi incluído pelos procuradores como testemunha de acusação meses depois do fim dos depoimentos das testemunhas de defesa e da acusação. O incrível é entender porque tanto esforço dos procuradores em ouvi-lo, se ao depor hoje Palocci disse não saber nada dos caças suecos como
registra matéria da CBN. O que Palocci teve foi palco para fazer mais acusações sem nenhuma prova -alguma gravação, algum depósito, algum registro, alguma prova, qualquer uma que justifique seu acordo de delação premiada.
O que fica mais estranho é que o depoimento de hoje nasceu de outro no dia 26 de junho de 2018, quando Palocci depôs aos procuradores de Brasília da Operação Greenfield sobre fundos de pensão, com um papel de anotações onde se lia “Lula – caças, submarinos e helicópteros”. Ele já chega com essa anotação no depoimento antes de qualquer pergunta dos procuradores que marcaram o interrogatório sobre outro assunto. Depois desse depoimento, o MP insistiu para ele ser ouvido nessa ação sobre os caças suecos, onde ele faz novas acusações, sem provas ou relação com audiência: disse que tinha ouvido falar de propinas entre os ex-presidentes Lula e Sarkozy na compra de submarinos, helicópteros e caças (que no final não aconteceu) da França. De novo, sem provas ou maiores detalhes.
Palocci, que tem como advogado um dos “reis da delação” de Curitiba, Adriano Bretas, já chegou no depoimento dos procuradores em junho de 2018 com o script das acusações anotado em papel, acertadas sabe-se lá com quem. Os procuradores se incomodam ao perceber que a câmera registra as anotações e pedem para que ele esconda a folha com as anotações para a câmera (veja o vídeo).
Por que Palocci chegou para o depoimento de uma operação sobre Fundos de Pensão com anotações sobre caças, entre outras anotações no papel, que precisavam ser escondidas?