Para celebrar dia mundial do petróleo, Bolsonaro aumenta preço do diesel

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Em 29 de setembro, celebra-se o dia mundial do petróleo. Como comemoração, Jair Bolsonaro aumenta mais uma vez o preço do óleo diesel nas refinarias. Desde janeiro, a alta do valor do combustível nas refinarias – de responsabilidade exclusiva do governo federal, por meio da política de preços dolarizada da Petrobras- soma impressionantes 53%.

O reajuste de setembro, de 9%, vem se somar às demais altas ao longo do ano, e encarece o litro do combustível em R$ 0,22 na bomba, segundo cálculos da Petrobras. A expectativa é que o preço médio do diesel para o consumidor chegue a R$ 4,92, uma alta de 32,5% segundo o IPCA.

Nas palavras do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista à Rádio Capital FM, de Cuiabá (MT): “Só teria explicação subordinar o preço nacional ao internacional, se o Brasil fosse importador de Petróleo, mas o Brasil é autossuficiente. O que a Petrobras está fazendo é acúmulo de dinheiro para pagar os acionistas, principalmente os americanos. Não tem explicação aumentar o preço do combustível por causa do preço internacional. O Brasil pode ter um preço próprio. Não tem explicação”.

Nos governos de Lula e do PT a situação era muito diferente. O preço médio do diesel nas bombas do país em 2010, por exemplo, era de R$ 1,98. A alta acumulada em 12 meses, entre dezembro de 2009 e dezembro de 2010, foi de apenas 0,25%! Ou seja: o índice de reajuste atual é 130 vezes maior do que aquele praticado em 2010.

A descoberta de amplas reservas de petróleo e gás natural no governo Lula, em 2006, abriu espaço para um aumento expressivo da produção petroleira do Brasil. Isso só foi possível graças a uma decisão política do governo Lula, que permitiu que a Petrobras investisse em tecnologia e expertise para exploração do pré-sal, área que gerava receio em outras empresas petroleiras por sua complexidade.  A produção diária de petróleo no pré-sal chegou a 1 milhão de barris por dia em 2016.

Infelizmente, a Petrobras e toda essa descoberta que se anunciava como o passaporte do Brasil para o futuro,com políticas que asseguravam a destinação dos royalties para a saúde e a educação, estão sendo destruídas a passos largos.  Em um pronunciamento no Sindicato dos Metalúrgicos, em março de 2021, Lula falou sobre a destruição da Petrobras.

“Nós não descobrimos o pré-sal para exportar petróleo cru, foi para exportar derivados e ter uma indústria petroquímica poderosa no Brasil. É por isso que usamos a frase ‘o Pré-sal é o passaporte do futuro’, por isso que colocamos 50% dos royalties do petróleo na educação e também pensamos em criar um fundo do povo brasileiro”, relembrou. “Tudo isso está sendo destruído, venderam”, lamentou o ex-presidente.

O resultado está sendo sentido no bolso pelos brasileiros. A política de paridade de preço de importação foi iniciada após o golpe de 2016 pelo governo Temer e é aprofundada por Guedes e Bolsonaro. Nessa regra, a Petrobras, mesmo com custos mais baixos, não pode vender mais barato que importadoras.

Diesel a quase R$ 5, gasolina a R$ 7 e um governo que se desresponsabiliza, colocando a culpa nos governadores e no ICMS. É mais uma mentira comprovada e repetida por Bolsonaro: a culpa pelo preço da gasolina é do governo federal, e o ICMS atual é o mesmo de 2016.