Durante um encontro com artistas e trabalhadores da cultura do Distrito Federal na tarde desta quarta-feira, 13, em Brasília, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a valorização do setor, reforçou a ideia de recriar o Ministério da Cultura e afirmou que as manifestações locais são tão importante como as que ganham projeção nacional pela mídia.
“A cultura nunca é colocada como prioridade. E precisa ser. Eu tenho viajado pelo interior e a riqueza cultural das cidades pequenas é extraordinária. Mas não consegue extrapolar para além das fronteiras daqueles municípios por falta de investimento”, disse Lula.
O ex-presidente ressaltou que “não custa caro” bancar uma política cultural no país, lembrando ainda que o retorno para o país é imenso. “Vocês da cultura pedem muito pouco, vocês cobram muito pouco e vocês oferecem muito. E esse pouco que vocês pedem é plenamente possível da gente realizar”, ressaltou.
Atraso histórico
Segundo o ex-presidente, diversos entraves para o desenvolvimento de uma cultura brasileira vinda do povo fazem parte da história do país. Um dos exemplos citados por ele foi o fato de o Brasil ter sido o último país do continente a ter uma universidade, em 1920, enquanto o Peru teve sua primeira já em 1554.
“Alguém precisava me explicar como nós não tínhamos acesso à formação. É porque nós tínhamos nosso desenvolvimento baseado na escravidão de seres humanos e essa gente não podia saber, não podia conhecer nada. Era importante que a gente fosse submisso e não levantasse a cabeça. E nós precisamos mudar isso”, declarou.
Para superar essas dificuldades, Lula afirmou que é necessário ouvir o povo e aprender com o que se ouve.
“A questão cultural, para mim, é vital para que a gente possa mudar este país no século 21. Nós precisamos avançar.”
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