Para Lula, desenvolvimento deve ser descentralizado, com respeito às potencialidades de cada região

Compartilhar:

Presidente lembra legado no Nordeste e diz que governos petistas fizeram pequena revolução com acesso a educação

Em entrevista a Youtubers e jornalistas da mídia independente hoje (26), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou o legado dos governos petistas no Nordeste e defendeu modelo de desenvolvimento descentralizado, com respeito e indução às potencialidades regionais. “Não defendo um governo empresarial, que manda em tudo. Defendo um governo que tenha força para induzir o desenvolvimento em função das necessidades de cada região”.

Segundo o ex-presidente, com essa perspectiva de descentralizar as oportunidades e pensar também no Nordeste, no Centro-Oeste e no Norte, os governos petistas fizeram pequena revolução levando universidades e escolas técnicas para capitais e interior, para democratizar o acesso, além de empreendimentos empresariais que geraram emprego e permitiram o desenvolvimento das regiões. O Nordeste, segundo ele, teve Estados com economia crescendo 14%, em ritmo da China, nos tempos das gestões Lula e Dilma.

“Não dá para pensar em desenvolvimento centralizado, sem pensar no desenvolvimento regional, no que cada região pode produzir. Por isso, começamos a fazer Transnordestina, que ainda não acabou. Por isso levamos a siderúrgica para Fortaleza. Por isso, fomos buscar a Fiat para Pernambuco. Fomos fazer com que as coisas acontecessem de forma equânime porque senão viria tudo para São Paulo. Era preciso descentralizar as oportunidades e nós fizemos”, afirmou.
Lula disse que, desde que chegou em São Paulo aos sete anos, vindo do Nordeste num pau-de-arara, nunca se conformou com a ideia de o Nordeste ser visto no Sul como a região que tinha mais analfabetos, desnutrição infantil e evasão escolar e menos pesquisadores, mestres, doutores e universidades.

“Eu, sinceramente, achava que não era possível que Deus não olhasse com um certo carinho para o Nordeste. Quando cheguei à Presidência, tomei a atitude de tentar criar um país equânime, que todos tivessem um pouco de direito de crescer”, afirmou lembrando também da Transposição do São Francisco como uma das grandes obras, que era pensada desde 1846, nos tempos de Dom Pedro, e que foi viabilizadas nos governos dele, com 88% da obra concluída nos governos do PT.

O ex-presidente afirmou também ser grato por São Paulo onde teve oportunidades e foi acolhido junto com a mãe e oito irmãos. “Eu devo tudo o que sou a São Paulo porquê foi aqui que fiz o curso primário, foi aqui que fiz o curso no Senai, foi aqui que me tornei torneiro mecânico, foi aqui que venci na vida, foi a partir daqui que me tornei presidente da República”.


Assista na íntegra: