Para Lula, Petrobras tem que pensar no bem-estar de todos os brasileiros

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Em entrevista ao vivo hoje (15) à rádio Espinharas, do sertão da Paraíba, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender a Petrobras como empresa indutora do desenvolvimento e afirmou que a estatal tem que pensar no bem-estar de 213 milhões de brasileiros.  Para Lula, as pessoas pobres são as que mais sofrem com o aumento dos combustíveis e da inflação.

 “A Petrobras não é um patrimônio, não é uma empresa privada, não tem que pensar só no lucro. A Petrobras tem que pensar no bem-estar de 213 milhões de brasileiros.  A Petrobras é de todos”.

Lula reclamou, especialmente, dos altos preços dos combustíveis – tem lugares que a gasolina custa R$ 8 e o gás de cozinha chega a R$ 150 -, criticou a dolarização dos preços e ressaltou que as pessoas mais pobres são as que mais sofrem com esse impacto porque, mesmo que não tenham carro, pagam o preço da alta dos combustíveis quando vão fazer compras e encontram os produtos impactados pela inflação decorrente do aumento dos combustíveis.

 “Na verdade, quem sofre mais são as pessoas pobres, as pessoas que não têm carro, as pessoas que não têm caminhão, que são vítimas do preço quando vão na bodega comprar um leite, um feijão, uma farinha, e têm que pagar a inflação causada pelo aumento de preço”.

O ex-presidente afirmou que a culpa – que não deve ser creditada à guerra da Ucrânia nem aos efeitos da pandemia – é de um governo incompetente, que não pensa no desenvolvimento e na soberania do Brasil.  “É uma vergonha o Brasil estar passando pelo que está passando. Não venha jogar a culpa em cima da guerra da Ucrânia; não venha jogar a culpa em cima da pandemia. Na verdade, a culpa está na cabeça de quem governa esse país, que não tem nenhuma preocupação em desenvolver o Brasil, em garantir a soberania do país e fazer desse país uma nação efetivamente respeitada e soberana”.

Petrobras gerou empregos e crescimento para o Brasil nos governos do PT

Lula lamentou a destruição da empresa, após o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff e destacou que, num eventual novo governo vai recuperar a Petrobras para o povo brasileiro. “É isso que está acontecendo com a Petrobras, destruição.  E os lucros, ao invés de construir refinarias, ao invés de investir mais em pesquisa, são distribuídos em dividendos, sobretudo para os acionistas americanos, que têm muito interesse na Petrobras”.

O ex-presidente reclamou da venda de ativos da companhia, como a BR Distribuidora,  e associou a alta desenfreada dos preços dos combustíveis à importação de gasolina por empresas que pagam em dólar. Ele lamentou o fato de os governos que sucederam o PT não terem dado continuidade aos investimentos de construção de refinarias para fazer com que o Brasil, em vez de exportar apenas óleo cru, exportasse derivados do petróleo, que trazem benefícios para o país e lucro para a sociedade.

Lula lembrou que, em seu governo, a Petrobras viveu um período profícuo, com a descoberta do pré-sal, a construção de refinarias, a maior capitalização da história do capitalismo, que colocou a empresa como segunda maior de energia do mundo e a instituição da política de conteúdo nacional, gerando emprego e crescimento para o Brasil.

O ex-presidente afirmou que alguém com competência e com capacidade de governar teria convocado o Conselho Nacional de Política Energética para decidir uma política correta para que o povo brasileiro não fosse vítima do preço da gasolina.

O Brasil está sendo destruído porque não temos governo

“O Brasil está sendo destruído porque nós não temos governo. O que nós temos é um pária que não tem noção do que está fazendo no Brasil, que nunca fala a palavra livro, ele só fala a palavra arma; que nunca foi solidário com alguém que morreu de Covid, que nunca foi solidário com vítima de nada. É um negacionista, destruidor, não fala em amor, só fala em guerra, não fala em paz, só fala em ódio. É uma pessoa que o Brasil não merecia”, disse, afirmando que talvez o que aconteceu nas eleições de 2018 sirva de lição para que a sociedade brasileira possa se aprimorar e pensar melhor politicamente. “Não é votar no Lula, é votar em alguém que seja digno, decente, respeitoso, que trata as pessoas com afeto, alguém que trata as pessoas com carinho. Eu acho que é disso que o Brasil está precisando nesse momento”.

Veja a íntegra da entrevista