Para Lula, próximo presidente vai precisar revogar cortes no orçamento

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O limite imposto pelo governo ilegítimo de Michel Temer aos gastos do Orçamento precisarão ser revistos pela próxima gestão, ou o país ficará “inviabilizado”. A avaliação é do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que concedeu nesta sexta-feira (25) entrevista a veículos independentes da imprensa pernambucana.

Para Lula, a alternativa seria promover um plebiscito e consultar a população para revogar a medida que engessou os investimentos e paralisou a economia. “A emenda que limita os gastos durante 20 anos, se não for revogada, ninguém vai conseguir governar esse país. Quando eles reduzem investimento, reduzem empregos, travam a economia. Tudo o que um governo não deve fazer eles estão fazendo”, avaliou, ao criticar também o pacote de privatizações anunciado pelo atual governo.

“Depois do que vivi em meus governos não posso admitir o processo de destruição que eles estão promovendo nesse país”, pontuou o ex-presidente. 

Política de alianças
Ao ser questionado sobre a participação do senador Renan Calheiros em atos da caravana Lula pelo Brasil e sobre o jantar com Renata Campos, viúva de Eduardo Campos, Lula destacou a amizade pessoal com o casal, quando Campos ainda era vivo, e afirmou que Calheiros foi uma figura importante na aprovação de projetos históricos de seu governo. O ex-presidente ressaltou que, sem os aliados do centro, o governo não alcançaria a aprovação de propostas estratégicas no Congresso.

“É por isso que tenho cobrado dos movimentos um programa de metas para a eleição. Quantos trabalhadores os sindicatos conseguem eleger, quantos o movimento sem terra consegue eleger, cobrando das mulheres, do movimento LGBT”, ressaltou, ao explicar que é preciso de representatividade para não ser refém das alianças. 

Presidenta eleita
A presidenta eleita Dilma Rousseff se juntou à caravana Lula pelo Brasil e participou da entrevista ao lado de Lula. Ela comentou as recentes discussões entorno do sistema de parlamentarismo e a possibilidade de adoção do chamado “distritão”. “O parlamentarismo é sempre discutido em momentos de crise de poderes. Uma tentativa dos sem votos permanecerem no poder. No final, vamos derrotar o distritão, porque o povo não vai admitir uma representatividade totalmente baseada no poder”, afirmou Dilma.

Veja a entrevista na íntegra: