Uma reportagem publicada na Folha de S.Paulo nesta quinta (25) mostra que os mesmos perfis que viralizaram a mentira mais espalhada nas eleições de 2018 ainda seguem ativos. Antes, espalhavam mentiras sobre a “mamadeira de piroca”. Agora, mentem sobre Lula querer acabar com o PIX (é fake!), sobre Lula ter pacto com o demônio (é fake!) etc. Para a surpresa de ninguém, trata-se de dois bolsonaristas convictos. Continuam espalhando mentiras.
A famigerada fake da mamadeira era um vídeo que mostrava uma mamadeira com o bico em formato de órgão genital e mentia dizendo que era parte do programa de Haddad para as crianças. Ao mesmo tempo em que boa parte das pessoas achavam impossível alguém acreditar naquele absurdo, uma fatia enorme da população levou a sério!
A fake da mamadeira parecia absurda, mas conseguiu assustar pessoas
Isso porque fake news são feitas sob medida para isso mesmo: distrair, confundir e gerar dúvida sobre as reais intenções ou sobre a reputação das vítimas. Naquele momento, Lula, Haddad e o PT foram as primeiras vítimas. Mas quem sofreu mesmo, e sofre até hoje, são todos os brasileiros: após 3,5 anos de Bolsonaro, vivemos em um país devastado pela fome, pelo aumento dos preços no mercado, pela precarização do emprego e no qual as cidades estão repletas de pessoas em situação de rua.
Nesses quase quatro anos, tivemos muitos avanços no combate às fake news. Um dos principais campos de batalha são as plataformas digitais. Como falamos antes, Facebook, Instagram, Twitter e as demais plataformas ainda falam mais do que fazem, infelizmente, para coibir conteúdos mentirosos em seus ambientes.
É aflitivo saber que, como Folha mostra, os perfis de Jean Amaral de Oliveira e Maria de Lourdes da Silva (os espalhadores da mamadeira em 2018) chegaram a receber citações do TSE por correio. Mas tudo aconteceu devagar demais. E seguem espalhando fake news até hoje.
Em 2018 não deu tempo. Agora, o TSE precisa agir mais rápido
Hoje, os dois perfis seguem espalhando notícias falsas. Diversas publicações de Jean receberam selos como “foto adulterada” ou “informação falsa” pelo Facebook. Abaixo dos posts, a plataforma colocou títulos de checagens de agências que desmentiram a publicação. Lourdes, que como ele também posta mensagens pró-Bolsonaro, igualmente segue disseminando notícias falsas, marcadas com a mesma classificação.
Além da marcação ou suspensão dos conteúdos via plataformas digitais, outra maneira de combater a mentira nas redes é a judicialização. Para isso, quanto mais denúncias houver, melhor para embasar o trabalho dos advogados. (Siga denunciando via formulário do Verdade na Rede!).
Denunciar funciona. Na última quarta-feira (24), advogados da campanha do ex-presidente Lula ajuizaram 15 ações no TSE contra fake news! Cada ação listava dezenas de links com mentiras espalhadas em todas as redes sociais. Ao todo, mais de 200 links com fake news publicadas por Carlos Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, Carla Zambelli, Kim Paim e diversos outros mentirosos, agora, terão que responder à Justiça.
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