Preço da gasolina pesa mais para os brasileiros em comparação com o resto do mundo

Ranking mostra que gasolina brasileira não está longe de ser a mais cara do mundo, mas pesa mais no bolso dos brasileiros porque nosso salário é menor

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O preço da gasolina já chegou a R$ 8 em várias regiões do País e tem pesado muito nos orçamentos das famílias brasileiras, com reflexo negativo nos preços de alimentos, fretes e diversos outros itens e serviços. A culpa é de Bolsonaro e de sua política de dolarização de preços.

Mesmo o Brasil estando longe de ter a gasolina mais cara do mundo, em valores absolutos, o preço do combustível tem pesado mais para o brasileiro do que para cidadãos de outros países. Aqui, encher um tanque de 40 litros com gasolina corresponde a 11 % do salário médio dos brasileiros. Em países como Noruega e Dinamarca, que têm a terceira e a quinta gasolina mais caras do mundo, respectivamente, um tanque cheio equivale a menos de 2% da renda média mensal.

Durante os governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT, não apenas o custo da gasolina era muito inferior, como os aumentos era muito menores. Em todo o ano de 2010, por exemplo, o aumento no valor da gasolina foi de apenas 2,04%, e seu preço médio era de R$ 2,50. O preço médio do diesel nas bombas do país em 2010 era de R$ 1,98. A alta acumulada em 12 meses, entre dezembro de 2009 e dezembro de 2010, foi de apenas 0,25%! Ou seja: o índice de reajuste atual é 130 vezes maior do que aquele praticado em 2010.

Os fatos comprovam que a política de dolarização de preços só favorece acionistas e investidores internacionais. Enquanto isso, o povo brasileiro paga a conta. Em entrevista à rádio Gaúcha no último dia 30, Lula voltou a afirmar que não manterá política de paridade de preços da Petrobras.

“Digo em alto e bom som: nós não vamos manter essa política de preços de aumento do gás e da gasolina que a Petrobras adotou por ter nivelado os preços pelo mercado internacional. Quem tem que lucrar com a Petrobras é o povo brasileiro”, falou Lula.

Ranking da gasolina e peso no bolso dos brasileiros

Os valores são de um ranking feito pela consultoria GlobalPetrolPrices. Esse ranking é atualizado semanalmente, com preços em dólar. O Brasil ocupa a 77ª posição. Em comparação com as outras nações sul-americanas, o Brasil ocupa a terceira posição dentre os países com gasolina mais cara, atrás do Uruguai e do Chile.

Por aqui, a gasolina pesa mais no bolso, mesmo não sendo uma das mais caras do mundo, porque encher um tanque de 40 litros aqui sai por R$ 275,20, considerando o preço divulgado pela GlobalPetroPrices (US$ 1,205, ou R$ 6,88, defasado em relação à média naiconal). Isso corresponde a 11% do salário médio mensal do brasileiro, que é de R$ 2.489, segundo o IBGE.

Na Noruega, por exemplo, em que o salário médio é de R$ 31.865 (ou 50.750 coroas norueguesas), o tanque cheio sai por R$ 488, representando apenas 1,53% da renda.

No dia 13 de Novembro, o Canaltech divulgou uma pesquisa feita pelo portal sobre as regiões do Brasil em que o preço da gasolina está mais alto. A gasolina mais cara do Brasil, no início do mês, era vendida no Acre, com média de R$ 7,58 por litro nos postos espalhados pelo estado, o equivalente a US$ 1,38. O bolso também pesa no Rio Grande do Norte (R$ 7,27/US$ 1,32), Piauí (R$ 7,22/US$ 1,31) e Goiás (R$ 7,18/US$ 1,30).

Os altos preços dos combustíveis e constantes reajustes praticados no Brasil têm origem na política de dolarização adotada pela Petrobras, ou seja, sofrem influência direta das decisões do governo. Mesmo assim, como sempre, Bolsonaro vem se eximindo da responsabilidade. Bolsonaro alterna seu discurso entre culpar os governadores pelo preço da gasolina , mesmo com a incidência média do imposto estadual sendo a mesma de 2016, e culpar Lula (o presidente da gasolina a R$ 2,50). Enquanto isso, o bolso do povo brasileiro é quem paga a conta.