Prêmio Nobel da Paz pede liberdade de Lula à presidenta do STF

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O argentino Prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel, a advogada e professora, Carol Proner, e o ator Osmar Prado acompanharam a comitiva que visitou a presidenta do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, nesta terça-feira (14/08). O encontro tratou sobre as arbitrariedades em torno da prisão do ex-presidente e sobre o registro da candidatura de Lula à Presidência da República. Entregaram também a Cármen Lúcia o abaixo-assinado com mais de 240 mil assinaturas, que pede a anulação da prisão de Lula.

Esquivel afirmou à presidenta do STF “que o golpe de estado contra a Dilma foi para tirar Lula do caminho”. No relato da visita, o Prêmio Nobel da Paz disse que trataram também da liberdade de Lula. “Falamos do que está acontecendo no Brasil e na América Latina. Para que eles [ministros] tomem consciência de que Lula é um preso político. Precisamos encontrar uma saída justa para o povo brasileiro”, relata.

Carol Proner, que também participou da comitiva que visitou Papa Francisco, no início de agosto, contou que transmitiu à ministra a mensagem do Papa, “que identifica um processo de criminalização dos movimentos sociais por parte da mídia no Brasil”. A advogada revelou ainda que a presidenta do Supremo “disse que respeita a Constituição do Brasil e que vai transmitir aos demais ministros o conteúdo da reunião”.

Proner, uma das autoras do livro “Comentários a um Acórdão Anunciado – O Processo Lula no TRF-4”, relatou ter afirmado à ministra que, “se havia ainda alguma dúvida de que a justiça não estava sendo cumprida, no caso Lula, o dia 8 de julho (quando não foi cumprida a ordem de soltura) não deixou dúvidas de que existe uma vontade de mantê-lo preso. Isso é revoltante, porque temos o direito político de Lula ser candidato e o do povo de votar em quem quer que seja. As eleições de 2018 estão aprisionadas se Lula não for candidato”, aponta Carol.

O ator Osmar Prado afirmou também que o ex-presidente Lula é considerado um preso político. “Ele precisa concorrer (à presidência) e se deixar, ele ganha”, disse.

Preocupado, o ator disse ainda que “existe no ar a possibilidade de grande confronto a partir do momento em que a maior liderança política do país for impedida de concorrer às eleições”. Sobre a prisão política do ex-presidente, que já completou 4 meses, o ator afirma ser um crime o que estão fazendo com Lula.

Esquivel falou à Cármen Lúcia da iniciativa de indicar o ex-presidente ao prêmio de Nobel da Paz por todas as políticas de combate à miséria. “Eu lembrei ela [Cármen Lúcia] que propus que Lula seja o Nobel da Paz por todo trabalho realizado para os mais pobres. Ele tirou 36 milhões de pessoas da miséria e deu uma vida digna, com saúdeeducação e trabalho. Espero que isso alimente o coração da ministra”, explica o ativista.

O Frei Sérgio Görgen, um dos sete grevistas de fome que pedem a liberdade ao ex-presidente, também participou da comitiva. Cármen Lucia se comprometeu também a receber os demais militantes em greve de fome pela liberdade de Lula.

Com informações da Agência PT