Previdência de Bolsonaro deixará idosos miseráveis

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Acabar com o sistema público de aposentadoria no país é a proposta de Jair Bolsonaro (PSL), conforme declarado por seu “mentor” da área econômica, Paulo Guedes. O plano de Guedes é eliminar a contribuição patronal para a Previdência e capitalizar a aposentadoria. Essa é uma proposta comprovadamente nociva à população, como bem exemplifica o caso chileno.

O sistema previdenciário sugerido pela equipe econômica de Bolsonaro é igual ao implantando no Chile no início da década de 1980, em que cada trabalhador deposita cerca de 10% do seu salário em uma conta individual, gerida por empresas privadas que cobram altas taxas de administração. Nesse sistema, não há contribuições dos empregadores ou do Estado. Cinco empresas financeiras privadas administram esses fundos de pensão: elas têm patrimônio equivalente a 70% do PIB chileno, segundo dados da OCDE.

Idosos vivendo à míngua no Chile

Hoje, metade dos trabalhadores chilenos possuem aposentadoria que, em quase 90% dos casos, corresponde a valores equivalentes ou inferiores a cerca de meio salário mínimo, o que se torna uma situação insustentável para os idosos. Isso porque a grande maioria dos trabalhadores, que sempre ganhou salários baixos ou passou grandes períodos desempregada, não conseguiu fazer uma poupança com recursos suficientes para garantir os gastos de todos os anos de sua velhice. Hoje, o Chile tem uma massa de idosos vivendo à míngua, perambulando pelas ruas, procurando bicos para sobreviver ou sobrevivendo de caridade.

Bolsonaro e seu time econômico já declararam também que avaliam usar a reforma da previdência proposta pelo governo golpista de Temer, que, entre outras tantas atrocidades, quer atacar a previdência dos servidores públicos, aumentando em dez anos o tempo mínimo de contribuição.