Privatizar é alternativa para quem não sabe governar nem fazer a economia crescer, diz Lula

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Em entrevista hoje, 29, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que a Petrobras continue como empresa de economia mista e criticou a ideia de vender outros ativos essenciais para o Estado, como os bancos públicos. De acordo com ele, privatizar é saída para quem não sabe governar nem fazer a economia crescer.

“Essa história de privatizar é coisa de incompetência. Eu não sei governar, eu não sei como fazer a economia crescer, eu vou vender o que tenho e vou ter dinheiro para gastar. Daqui a pouco, eu não tenho nem dinheiro nem empresa. Aí é que o país vai para a bancarrota”, disse em conversa ao vivo com a Rádio Educadora, de Piracicaba (SP).

Lula se disse favorável à criação de empresas de economia mista como a Petrobras e o Banco do Brasil, com participação da sociedade na gestão. “Eu sou contra a privatização. Eu sou favorável ao Estado criar empresas de economia mista, como o Banco do Brasil, como a Petrobras, empresas que você tem a participação da sociedade. (…) Aqui no Brasil se criou o dogma de que tudo o que é do Estado não presta, tudo o que é da iniciativa privada é bom. Então, quando se fala em privatização, as pessoas acham que é bom”, disse, lembrando do caso da BR Distribuidora, vendida sob argumento de ter competição para reduzir preços dos combustíveis, mas o que aconteceu foi exatamente o contrário.

Preço alto é culpa de Bolsonaro

“A BR foi privatizada com argumento de que tinha o monopólio da venda da gasolina e do óleo diesel e que se fosse privatizada ia ter muitas empresas concorrendo e o preço ia ser mais barato. Privatizaram a BR e hoje tem 392 empresas importando gasolina dos Estados Unidos e vendendo para o povo brasileiro como se a gente ganhasse em dólar. É por isso que a gasolina está tão alta, o diesel está tão alto e o gás está tão alto”.

Lula afirmou que o preço do combustível chegou aos patamares atuais por irresponsabilidade do presidente Jair Bolsonaro, lembrou que o presidente do Brasil tem poder maior do que o Conselho da estatal e que poderia convocar o Conselho de Política Energética para buscar soluções para o preço. “É muito mais fácil você controlar o preço do gás na Petrobras do que ficar criando vale para campanha política”.