A palavra pororoca vem do tupi, e significa “que causa estrondo”. É o nome de uma onda famosa, que avança rio adentro na Amazônia, provocando um espetáculo sonoro e visual. Não à toa, esse foi o nome escolhido para um projeto que busca integrar as artes visuais e a música. A organizadora Carmen Elisa Ritenour, da Sociedade Cultural Arte Brasil, visitou o Instituto Lula para apresentar o projeto, que está programado para acontecer de março a maio do ano que vem, com shows de música e intervenções plásticas, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo.
Segundo Carmen, um dos objetivos do projeto é reunir artistas de Brasil, Portugal e dos países africanos de língua portuguesa para promover um intercâmbio e desencadear projetos colaborativos entre grupos de diferentes países. Leia abaixo a entrevista completa de Carmen Ritenour:
O que é o Pororoca?
Pororoca é um projeto destinado a aproximar as artes visuais da música. Formas, sons e ritmos, provenientes daqui, de Portugal e da Africa lusófona irão se encontrar numa exposição pontuada por shows musicais e performances pontuadas por intervenções plásticas. O projeto visa a interação entre culturas e representa uma grande oportunidade de conexão não só entre nações, mas especialmente entre povos de língua portuguesa e sua diversidade artística. A ideia é desencadear projetos colaborativos entre artistas provenientes de poéticas e linguagens distintas.
Os eventos reúnem diferentes segmentos artísticos: instalações, fotografias, mídias digitais, shows musicais – internos e ao ar livre.
É curioso que o nome de um projeto que una países lusófonos seja em Tupi. Como foi essa escolha?
O português, assim como o português brasileiro, e todas as línguas existentes, incorporou inúmeras palavras estrangeiras. O tupi, a bem dizer, nem estrangeiro é, estava aqui quando o idioma chegou. De mais a mais, no Brasil todo mundo sabe o que é pororoca. É mais do que chegada a hora de outras pessoas a conhecerem. Sua sonoridade álacre é uma dádiva, especialmente em razão da musicalidade do nosso projeto. Seu significado então, de rara beleza.
Além da língua, o que une essas manifestações culturais brasileiras, portuguesas e africanas?
Nesse caso a busca pela experimentação, a negação das fórmulas convencionais, o valor do improviso que em artes plásticas significa a capacidade de lidar com os limites materiais.
Qual o critério para a escolha dos artistas participantes?
A qualidade do trabalho e o nível internacional dos músicos e cantores . A elaboração de projetos ambientais, o interesse em se relacionar com outros artistas e com o público de modo mais direto, sem fomentar o aspecto contemplativo, demasiado gasto.
Qual o objetivo de vocês com a promoção do intercâmbio cultural e a Pororoca?
Estabelecer um circunlóquio que até agora, por razões que não cabe aqui discutir, não ocorreu. Nossa afinidade natural esbarrou em preconceitos, no nosso costume em mirar fixamente a Europa e a América do Norte, sem perceber e amar a potencialidade artística de países que estão ao nosso lado.
Qual foi a maior dificuldade do projeto até agora?
Um projeto internacional com essa dimensão envolvendo diferentes países, culturas e suas diversas expressões artísticas requer um olhar curatorial aguçado, visão, tempo, verba e a energia necessária para reunir toda essa diversidade em uma só linguagem.
Apoios governamentais, empresariais e patrocinadores tornam realidade a celebração e divulgação da arte em muitas de suas expressões. E ao final, trazer ao grande publico a experiência da interação das culturas pela colaboração, originalidade e contemporaneidade de seus artistas.
Você poderia falar um pouco sobre a particularidade da cultura de cada um dos continentes envolvidos?
A alegria e o ritmo esfuziante da música brasileira, o dado ambiental e as colagens e articulações de materiais distintos de brasileiros e africanos, contrasta com a sobriedade e o mergulho intimista da produção portuguesa. Já a América do Norte entra com o amálgama entre a posição européia e a efusividade de brasileiros e africanos.
Pororoca:
Local: Exposição no Pavilhão das Culturas Brasileiras – Parque do Ibirapuera. S. Paulo.
Curador: Agnaldo Farias
Shows: Auditorio Ibirapuera.
Diretor Musical: Lee Ritenour.
Diretor Executivo: Leonardo Netto.
Data: Março a maio de 2013.
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