O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi confirmado nesta quinta-feira (25) como pré-candidato do PT ao Palácio do Planalto. Em reunião da Executiva Nacional do partido, a direção destacou que não abrirá mão da candidatura de Lula, mesmo perante a confirmação da condenação pelo TRF4.
O ex-presidente também ressaltou o caráter político do juízo a que foi submetido e criticou a conduta dos três desembargadores que votaram alinhados por sua condenação em um processo frágil e sem provas. “Os três juízes se pronunciaram por tantas e tantas horas e meu advogado só teve 15 minutos. Eles sabem que eles condenaram um inocente. A decisão de ontem foi política e obviamente que não estou feliz, mas eu duvido que aqueles que me julgaram estejam com a consciência tranquila”, avaliou.
Ao comentar a sentença, cuja pena foi prorrogada para 12 anos e 1 mês, Lula indicou um jogo combinado por parte dos magistrados. “Eles construíram um cartel para dar uma sentença unânime e evitar os tais dos embargos infringentes. Eles sabem que a condenação de ontem foi muito mais para valorizar a categoria dos juízes, o corporativismo, do que uma sentença pra analisar um julgamento”, pontuou.
Candidatura
Acompanhado de cinco governadores, da direção do partido e da presidenta eleita Dilma Rousseff, Lula afirmou estar com a consciência tranquila. “Eu não quero ser candidato pra me proteger. A minha proteção é a minha inocência. E se for candidato não é pra me inocentar, é pra governar esse país decentemente e recuperar o Brasil’, pontuou.
“O que está sendo julgado é a forma que nós governamos esse país. É a tentativa de criminalizar uma organização política que colocou o pobre pela primeira vez no centro da discussão social”, disse, ao lembrar as gestões petistas.
Viagem
Lula viaja na madrugada de sexta-feira (25) para a Etiópia, a convite da União Africana, para falar do exemplo do Brasil no combate à fome. Na segunda-feira (29), ele retorna a São Bernardo do Campo.