“Querem jogar a crise em cima dos trabalhadores, mas não vamos deixar”, diz Lula  

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Não é justo nem eficaz que se enfrente a crise econômica por que passa o país cobrando a conta da classe trabalhadora e extinguindo direitos históricos conquistados ao longo dos anos. A retomada do crescimento só pode se dar por meio da melhora da qualidade de vida das camadas populares, geração de empregos e aumento de salários. 
 
Isto foi o que defendeu Luiz Inácio Lula da Silva neste domingo (18), em evento de posse da nova direção do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. “Querem jogar a crise do país em cima dos trabalhadores e dos aposentados. Mas nós temos que dizer a eles: ‘não tem que tirar direito de trabalhador e aposentado. Temos que fazer a economia crescer, gerar emprego, aumentar salários. Aí, a Previdência então vai dar conta”, disse o ex-presidente.

Lula recordou a importância histórica do sindicato dos metalúrgicos e de sua luta pela democracia no Brasil. “O país que estão oferecendo a você, Wagner (Santana, novo presidente do Sindicato), é um país que vai exigir de você muitas noites acordados. E um metalúrgico não pode fechar os olhos enquanto a gente não reconquistar o direito de andar de cabeça erguida neste país, enquanto não reconquistarmos a cidadania que já tivemos”, afirmou o ex-presidente da República, que falou também sobre a retirada da presidente eleita, Dilma Rousseff, de seu cargo:
 
“Antes, toda desgraça era culpa do PT e da Dilma. Então, demonizaram o partido e a presidenta, tiraram a Dilma, colocaram o (Michel) Temer e o que aconteceu? Aí que a desgraça tomou conta deste país.” 
 
Também presente no evento, a recém eleita presidenta do PT, senadora Gleisi Hoffmann, proferiu discurso em consonância com as palavras de Lula. “Vocês (sindicalistas) podem se orgulhar de ter dado ao país a maior liderança popular que o Brasil já teve. O Brasil não precisa de reforma trabalhista, de reforma previdenciária. O Brasil precisa de emprego, de crescimento, de consumo. Precisa de um governo que olhe para o povo”, resumiu a parlamentar.
 
Já o novo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, afirmou que a luta da entidade que preside “não é só por nós, pela nossa categoria, é por todos os trabalhadores”. Ele disse ainda: 
 
“Eu tenho certeza que essa categoria não abrirá mão dos direitos garantidos em lei. Que país é esse onde se propõe uma volta quase à escravidão, onde se quer permitir que o trabalhador rural possa ser remunerado não com salário, mas com casa e comida? Minha luta hoje é pelo direito dos outros, dos meus filhos, assim como meu pai lutou pelos meus direitos e meus filhos hão de lutar pelos direitos dos meus netos.”